Richa nega as acusações de corrupção, mas a palavra “Beirute” faz tremer o Palácio Iguaçu

beto_richa_11Mil e uma noites – Governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, o Beto Richa, é o que se pode chamar de mais do mesmo. Incompetente como administrador público e vivendo às voltas com denúncias de corrupção, o tucano Richa repete a cantilena que seu partido, o PSDB, vocifera em Brasília quando a ordem é criticar o PT e os estabanados governos do partido ancorado por Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira.

Há dias, em discurso oficial para uma plateia de amestrados, Beto Richa disse que as denúncias de corrupção são obra da oposição no estado, ou seja, armação dos petistas. Em suma, o governador da terra das araucárias usa o mesmo discurso de Lula, que afirma serem as denúncias contra o PT e o governo de Dilma Rousseff invenção da elite e da imprensa golpistas. No momento em que um governante decide imitar o alarife Lula, sua falsa competência não tem mais como enganar a opinião pública.

No final de março, o fotógrafo Marcelo Caramori, que trabalhou para o governo do Paraná e foi preso sob a acusação de pedofilia, afirmou em depoimento ao Ministério Público que o empresário Luiz Abi Antoun seria o grande “caixa financeiro” de Beto Richa, sendo responsável por arrecadar dinheiro para campanhas eleitorais. De acordo com Caramori, Abi teria organizado um esquema criminoso para colocar pessoas de confiança (sic) em “pontos estratégicos” da estrutura do governo paranaense.

Segundo o Ministério Público, Luiz Abi – primo distante de Richa, mas muito próximo do governador – é o verdadeiro dono da oficina Providence – vencedora de uma licitação considerada fraudulenta. De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Abi ganhou uma licitação no valor de R$ 1,5 milhão para reparar viaturas policiais. Oficialmente, a oficina pertence a Ismar Ieger, que o MP-PR considera um “laranja” de Abi no negócio.

Por questões óbvias, o governador negou as acusações, mas nove entre dez paranaenses sabem que Abi sempre foi a “eminência parda” de Beto Richa, desde os tempos em que o tucano esteve à frente da prefeitura de Curitiba, pelo menos.

Como se fosse pouco, Beto Richa foi alvo de nova denúncia de corrupção, desta vez feita por fiscais da Receita estadual, que teriam despejado R$ 2 milhões na campanha do tucano à reeleição, em 2014. O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, que firmou acordo de delação premiada em investigação que apura crimes na unidade de Londrina da Receita paranaense, disse aos promotores que parte da propina arrecadada pelos fiscais, investigados na Operação Publicano, foi usada na campanha de Richa.

O advogado do fiscal-delator disse que seu cliente não teve contato direto com o governador do Paraná, mas que o pedido de propina para financiar a campanha teria sido feito por Márcio de Albuquerque Lima, considerado o chefe da quadrilha na Receita e parceiro de Richa em corridas de carro. Segundo o auditor fiscal, o dinheiro foi entregue por Lima a Luiz Abi, o primo problemático de Richa.

Contribuíram para o caixa 2 de Richa 291 dos 933 auditores do Paraná, com doações individuais. Desses, 219 foram promovidos pouco antes da campanha, em maio do ano passado. A maioria foi elevada ao teto da categoria, com salários de aproximadamente R$ 30 mil.

Beto Richa e o PSDB do Paraná negam as acusações, assim como usam frases feitas e desgastadas para evitar o pior, mas pessoas próximas ao governador revelaram ao UCHO.INFO que “não foi por falta de aviso” eu a situação chegou a ponto tão crítico.

Richa pode negar qualquer proximidade com Luiz Abi, mas no Palácio Iguaçu muitos frequentadores sabem dessa relação próxima e nefasta entre ambos. Aliás, na sede do governo do Paraná uma palavra faz tremer o staff de Richa: Beirute.

Se o Ministério Público de fato deseja esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados, que peça à Polícia Federal a relação dos passageiros que nos últimos meses rumaram para a capital libanesa. Quando a investigação chegar nesse patamar, parte da cúpula do governo morre de susto.

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