Corrosão contínua – Dilma Vana Rousseff, a petista que por conta da credulidade míope de parte da população acabou eleita e reeleita presidente da República, não encontra mais desculpas para explicar o gravíssimo descompasso da economia. Apesar do preocupante cenário de crise, o Palácio do Planalto está preocupado em produzir uma agenda positiva para Dilma, que nos últimos dias tem se dedicado a andar de bicicleta para “vender” à opinião pública imagem mais humanizada, como se algumas pedaladas pudesse alcançar essa proeza.
Na manhã desta segunda-feira (8), o Banco Central divulgou mais uma edição do Boletim Focus, que semanalmente ouve os economistas das principais instituições financeiras em atividade no País. De acordo com o BC, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor amplo (IPCA), continuará em rota de alta, ao mesmo tempo em que a tendência do Produto Interno Bruto continua em ritmo de queda.
Segundo os especialistas do mercado financeiro, a inflação deve encerrar o ano no patamar de 8,46%, contra 8,39% da previsão anterior. Ou seja, muito acima do centro (4,5%) do programa de metas estabelecido pelo governo. Para 2016, a previsão dos analistas dos bancos para a inflação oficial permaneceu estável em 5,5%.
No caso de se confirmar a previsão dos economistas, a inflação de 2015 atingirá o maior nível desde 2003, quando ficou em 9,3%. A expectativa do governo para a inflação ao longo deste ano, divulgada em maio no decreto de programação financeira, está em 8,26%. Em outras palavras, os próprios integrantes da equipe econômica do governo reconhecem que Dilma promoveu considerável estrago na economia durante o primeiro mandato.
Os economistas consultados pelo BC alegam que a alta do dólar e dos preços administrados (energia, combustíveis, telefonia, água, energia e tarifas de transportes, por exemplo) tem pressionado os preços e, por consequência, a inflação.
Em relação ao PIB de 2015, a aposta dos analistas continua desanimadora. A previsão é de retração de 1,3% da economia, contra 1,27% da estimativa anterior. Trata-se da terceira queda seguida da projeção para o PIB. No caso de a previsão dos economistas se confirmar, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrada queda de 4,35% do PIB.
Deixando temporariamente de lado os devastadores efeitos colaterais da crise econômica que chacoalha o Brasil, Dilma Rousseff não tem como repetir a sandice do antecessor e falar em “herança maldita”. Meses depois assumir a Presidência da República, Luiz Inácio da Silva tentou transferir a FHC a culpa pelos erros vindouros do seu governo, um dos mais corruptos da história nacional.