Greve paralisa Argentina e atinge voos; capital não tem ônibus, trem e metrô

argentina_05Braços cruzados – Nesta terça-feira (9), as principais cidades argentinas foram atingidas por uma greve geral liderada por sindicatos de transportes. Em Buenos Aires, ônibus, trens e metrô não funcionam. Havia bloqueios nas principais entradas da capital, como ocorreu em 31 de março deste ano.

As viagens aéreas foram atingidas parcialmente. O Aeroporto Internacional de Ezeiza manteve seus voos, com exceção daqueles das companhias Aerolineas Argentinas, Austral e LAN, cujos funcionários aderiram à greve.

A TAM, que se uniu à chilena LAN, cancelou nove voos para a Argentina. A Gol cancelou seis rotas que passariam pelo Aeroparque, aeroporto doméstico que recebe também voos internacionais e não abrirá durante o dia.

Os postos de gasolina não abriram e a coleta de lixo na capital será retomada somente à noite. A maior parte dos bares e restaurantes também não deve abrir. Bancos e supermercados funcionam, mas sem os empregados, impedidos de chegar ao trabalho.

Vale ressaltar que a razão da greve é a resistência do governo em ampliar a faixa de isentos ao imposto sobre o salário. Atualmente em 15 mil pesos (R$ 5,1 mil). O tributo que desconta até 35% da renda, de acordo com a faixa salarial.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, aceitou reduzir o valor cobrado dos que ganham entre 15 mil pesos e 25 mil pesos, o que na prática significou um aumento no salário líquido de 5% a 6%.

Esta é a quinta greve enfrentada pelo governo de Cristina, pressionada pela insatisfação com a inflação de 15% anual pela estatística oficial e de até 25%, segundo consultoras privadas. Os líderes das categorias querem um reajuste superior a 30%, enquanto o governo quer manter os aumentos abaixo dos 27%. O país terá eleição em outubro. (Danielle Cabral Távora)

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