Lava-Jato: procuradores da República pedem mais de 30 anos de prisão para executivos da OAS

corrupcao_17Sol quadrado – Integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato, nove procuradores da República pedem mais de trinta anos de prisão para executivos da empreiteira OAS denunciados por envolvimento com o cartel que teria provocado rombo estimado em R$ 6 bilhões na Petrobras, mas que na verdade ultrapassa a marca de R$ 80 bilhões.

Os representantes do MP pedem a condenação da cúpula da empreiteira: José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, Agenor Franklin, José Ricardo Breghirolli, Mateus Coutinho e Fernando Augusto Stremel Andrade, por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Os integrantes da força-tarefa argumentam que os valores desviados da Petrobras “são enormes”. Com base em recente balanço divulgado pela companhia, os procuradores alegam que a estatal divulgou o prejuízo de R$ 6,2 bilhões ‘apenas com propinas, sendo que não há dúvida que tais atos de corrupção influenciaram em tal número’.

De acordo com o Ministério Público Federal, a organização criminosa “atuou de forma a influenciar o processo eleitoral, diante do pagamento de propinas via doações oficiais e não oficiais”.

O criminalista Edward Rocha, que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, reagiu aos argumentos finais da força-tarefa da Operação Lava-Jato. “As prolixas e extensas alegações finais do Ministério Público Federal não merecem comentários, pois quem muito escreve assim o faz porque não tem como dizer o óbvio”, disse o advogado.

Entre a pena requisitada pelos procuradores e a que será definida pela Justiça, no caso pelo juiz Sérgio Fernando Moro, há uma enorme distância, mas já era sabido que o MP seria implacável ao cobrar punição severa para os artífices do maior escândalo de corrupção de que se tem notícia na história.

Não se pode esquecer que, após mais de um ano da deflagração da Operação Lava-Jato, as investigações no palco do Petrolão ainda estão em curso e podem trazer novos e estarrecedores dados, pois o esquema de corrupção envolvendo a maior empresa brasileira foi enorme e acintoso. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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