Caiu na rede – Não precisou muito tempo para que os petistas começassem a comemorar a saída de Marta Suplicy, senadora por São Paulo que deixou a legenda atirando contra o partido e o governo da ex-companheira Dilma Vana Rousseff. Sem espaço que no passado tinha dentro do Partido dos Trabalhadores e de olho na prefeitura de São Paulo, por onde passou entre 2000 e 2004, Marta caiu em mais uma armadilha criminosa criada pelos “companheiros” responsáveis pela arrecadação de doações eleitorais.
A senadora Marta Suplicy, agora uma ex-petista (atualmente sem partido) e provável candidata à prefeitura paulistana, recebeu R$ 100 mil em doações das empresas de Julio Camargo, um dos delatores da Operação Lava-Jato, que investiga o Petrolão, esquema de corrupção e pagamento de propina que tiveram a Petrobras como palco.
De acordo com informações do jornal Valor Econômico, Marta recebeu, em 2010, R$ 50 mil da empresa Treviso e outros R$ 50 mil da Piemonte, quando ainda era filiada ao PT e concorria a uma vaga no Senado. Ambas as empresas aparecem nas investigações da Lava-Jato como tendo recebido recursos da Camargo Corrêa por serviços não prestados.
Além da ex-petista, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), atual líder do governo no Senado Federal, também recebeu doações das empresas de Júlio Camargo, no valor de R$ 200 mil. O montante também foi destinado à campanha daquele ano. Delcídio afirma que as doações são legítimas e estão registradas no Tribunal Superior Eleitoral.
Entre a afirmação de Delcídio acerca da legalidade das doações e a verdade dos fatos há uma enorme diferença, pois o PT, em dado momento da roubalheira, forçou as empresas envolvidas no Petrolão a quitarem suas dívidas (leia-se pagamentos de propina atrasados) por meio de doações a campanha eleitorais, o que em tese facilitou o processo criminoso de lavagem de dinheiro, que normalmente exige operações comerciais fictícias e notas fiscais frias.
A Polícia Federal encontrou, no total, R$ 1,08 milhão em doações feitas pelas empresas de Júlio Camargo, para candidatos de diversos partidos: PMDB, PT, PTB, PPS, PTN, PSL, PP e PV. (Danielle Cabral Távora)