Munição de sobra – Piorou o estado de saúde do ex-deputado André Vargas Ilário (ex-PT), preso em Curitiba desde abril por envolvimento em crimes investigados na Operação Lava-Jato. Hipertenso e cardíaco, Vargas entrou em depressão após ser preso pela Polícia Federal.
A depressão de Vargas é considerada “assustadora” e a situação é agravada pelo fato que o ex-deputado envolveu diversos parentes próximos (vários irmãos) em seus negócios ilícitos. Todos eles correm o risco de serem presos e o único caminho que o deputado vislumbra para evitar longas penas de prisão, para ele e seus familiares, é contar tudo o que sabe para a Justiça. O estrago pode ser devastador.
A disposição de André Vargas de falar tudo o que sabe provoca preocupação extrema em um grupo seleto de políticos do PT. Entre os mais temerosos está o casal Paulo Bernardo da Silva e Gleisi Helena Hoffmann, que desfrutaram de longa associação política e pessoal com André Vargas. O ex-deputado foi coordenador político e financeiro das campanhas de Gleisi para o Senado e para o governo do Paraná. Também comandou a arrecadação das campanhas de Paulo Bernardo para deputado federal. Por conta dessas atividades os dois chegaram a ser investigados pela Polícia Federal pela prática de caixa 2 em 2004.
Não se pode esquecer que enquanto assessorava politicamente o “companheiro” Paulo Bernardo, o agora preso André Vargas utilizou os serviços do doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro do caixa 2 da campanha do marido de Gleisi.
André Vargas perdeu o mandato de deputado federal por associação com o doleiro Alberto Youssef em esquemas criminosos que tinham como objetivo lesar o Ministério da Saúde, entre os quais um contrato de R$ 60 milhões para fabricar Viagra genérico. Mais recentemente, Vargas teve revelado outro esquema ilícito e altamente lucrativo. Operava junto com Ricardo Hoffmann, primo da senadora Gleisi Hoffmann e então alto executivo da Borghi/Loewe, a distribuição manipulada de polpudas verbas publicitárias da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde.
Além de Gleisi e Paulo Bernardo, o ex-petista Vargas tem bala na agulha para comprometer, de forma extremamente grave, muita gente ligada ao PT do Paraná. O volume de informações e documentos que o ex-deputado detém é enorme. Foi ele quem financiou, por exemplo, as campanhas de todos os deputados do PT eleitos no Paraná. Se o ex-vice-presidente da Câmara resolver abrir a caixa-preta, o estrago terá o efeito de uma bomba atômica.
