Lava-Jato: PF investiga participação de Palocci, assunto que recoloca Dilma no Petrolão

palocci_36Sem perdão – Na edição do dia 29 de agosto de 2014, o UCHO.INFO afirmou que a Operação Lava-Jato em breve subiria a rampa do Palácio do Planalto, alvejando a presidente Dilma Rousseff e o agora lobista de empreiteira Luiz Inácio da Silva. Na ocasião não fizemos tal afirmação com base no “achismo” ou na especulação, mas porque tínhamos informações de que o esquema de corrupção que derreteu os cofres da Petrobras abasteceu o caixa da campanha de Dilma.

A confirmação da matéria aqui publicada veio com a decisão da Polícia Federal de abrir investigação para apurar a suspeita de que o petista Antonio Palocci Filho teria recebido R$ 2 milhões do Petrolão, dinheiro que acabou reforçando o caixa da campanha de Dilma em 2010.

As investigações na seara do ex-chefe da Casa Civil foram iniciadas após depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, no vácuo de acordo de delação premiada. Costa afirmou que em 2010, quando não mais exercia cargo no governo do PT, Palocci procurou-o para solicitar que os recursos fossem liberados para a campanha presidencial de Dilma. O dinheiro, de acordo com ex-diretor da estatal, era proveniente da parte da propina que cabia ao Partido Progressista.

Conforme o depoimento de Paulo Roberto Costa, a solicitação do dinheiro para a campanha de Dilma Rousseff foi feita pelo doleiro Alberto Youssef, responsável pela parte financeira do esquema criminoso e um dos principais delatores da Lava-Jato. Youssef, segundo Costa, não esclareceu se o pedido fora feito por Palocci ou por intermédio de um assessor. “Apenas mencionou que era um pedido vindo de Antônio Palocci”, destaca trecho do depoimento.

No contraponto, o doleiro nega o tal pedido feito por Palocci Filho. Também na seara da delação premiada, Youssef afirmou que nada fez em relação ao suposto pedido do petista. “Declara, categoricamente, que esta afirmação não é verdadeira”, ressalta trecho do termo de declaração.

Os depoimentos devem ser confrontados em acareação entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. O advogado José Roberto Battochio, que defende Antonio Palocci Filho, alega que tudo não passa de notícia “requentada”.

O mais interessante fato nesse imbróglio é que Palocci, que já foi investigado por conta da meteórica evolução patrimonial, consegue recursos para contratar um dos mais caros advogados do País.

Apenas para deixar registrado, o Ministério Público Federal deveria investigar a forma como foram pagos os advogados que nos últimos anos defenderam os “companheiros” envolvidos em escândalos de corrupção. No caso de os procuradores se interessarem pelo assunto, um consulta ao ministro José Eduardo Martins Cardozo, da Justiça, pode ser um bom começo.

apoio_04