Com medo do Petrolão, Dilma nega pedido de Gleisi para colocar Paulo Bernardo no comando de Itaipu

gleisi_hoffmann_52Vírus da corrupção – A presidente Dilma Rousseff quer distância de sua ex-ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, e do marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva. Ambos aparecem na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como envolvidos no Petrolão, maior escândalo de corrupção da história, interrompido e investigado na esteira da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

A própria Dilma tem ligações perigosas com o esquema criminoso, pois sempre comandou, direta ou indiretamente, o setor energético no ciclo do PT (primeiro como ministra de Minas e Energia, depois como presidente do Conselho Administrativo da Petrobras e agora como presidente da República). Ainda assim, a petista entende não ser prudente se envolver com um casal apontado por dois delatores do Petrolão (Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef), como beneficiários de R$ 1 milhão em propina.

Por esse motivo tem fracassado todos os movimentos e pressões de Gleisi para emplacar o marido na binacional Itaipu. O casal se movimentou desde o início do ano, para colocar Bernardo e outros petistas de menor envergadura – como os ex-deputados estaduais petistas Elton Welter e Luciana Rafagnin – em diretorias e cargos bem remunerados na hidrelétrica erguida em Foz do Iguaçu.

Petista com livre trânsito no Palácio do Planalto avisa que a presidente ficou alarmada e irritada com o fato de Gleisi e o marido terem sido apanhados pela Operação Lava-Jato. Dilma não esperava que a participação de Gleisi e Bernardo em esquema de financiamento de campanha com dinheiro de propina – ou supostas doações legais das empreiteiras que ainda prestam serviços à Petrobras – viesse a ser detectado pelo Ministério Público Federal. O amadorismo da ex-ministra irritou a chefe do Executivo federal.

Como se fosse pouco, o ex-deputado federal André Vargas Ilário, que está preso em Curitiba no vácuo da Lava-Jato, estuda a possibilidade de aderir à delação premiada, o que comprometeria sobremaneira a situação de Gleisi e Paulo Bernardo. O ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados sabe muito mais do que gostaria o outrora “casal 20” do PT.

Além disso, a passagem de Paulo Bernardo pelo Ministério das Comunicações deixou problemas nos Correios, no fundo Postalis e nas concessões dos serviços de telefonia, rádios e emissoras de televisão.

Para a petista, Bernardo se preocupou mais em fazer o jogo do mercado do que atender os interesses do governo e dos consumidores. Gleisi não desistiu da empreitada e tentará, mais uma vez, reverter a rejeição, pegando carona no avião presidencial que levará Dilma ao Paraná na próxima sexta-feira (19). A possibilidade de o marido vir a engordar a “bolsa-família” com os nababescos salários em dólar da Itaipu, no entanto, é considerada muito remota.

apoio_04