Ex-mulher de investigado na Operação Lava-Jato tinha US$ 50 milhões em conta na Europa

corrupcao_17Milagre da multiplicação – Quando a Polícia Federal prendeu o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, conhecido como Bené, acusado de associação criminosa, o mundo político tremeu por conta dos desdobramentos da operação policial. Atuando no setor gráfico e ostentando as benesses que o dinheiro lhe proporciona, Bené é ligado ao governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, e foi primordial para sua eleição em 2014.

A Operação Acrônimo, da PF, teve início no ano passado, quando os policiais encontraram em um avião do empresário R$ 113 mil em dinheiro vivo. Horas antes de a aeronave aterrissar em Brasília, Bené embarcara em Belo Horizonte com destino à capital dos brasileiros, quando foi surpreendido por agentes da Polícia Federal. Na sequência, foi levado à superintendência da PF para prestar depoimento.

A Acrônimo seria mais uma operação da PF não fosse a suspeita que paira sobre Caroline de Oliveira Pereira, esposa de Pimentel e primeira-dama de Minas Gerais. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal suspeitam que a empresa Oli Comunicação e Imagens, pertencente a Caroline, seja “fantasma”. A afirmação consta de um documento encaminhado pela PF à Justiça, no qual pede autorização para busca e apreensão no âmbito da Operação Acrônimo.

Investigação da Polícia Federal mostra que a Oli Comunicação e Imagens funcionava em local cadastrado em nome da PP&I Participações Patrimoniais e Imobiliárias, empresa que está na mira dos policiais. O documento destaca que “embora a recepcionista do local tenha referido o funcionamento da empresa Oli não foi encontrada qualquer indicação da existência da mesma”. De tal modo, a PF concluiu que “tanto quanto a empresa PP&I Participações patrimoniais e imobiliárias, a empresa Oli Comunicação e Imagens também seria uma empresa fantasma, possivelmente utilizada para os fins da organização criminosa com a conivência de sua proprietária Caroline de Oliveira Pereira”, como mostra o documento.

A grande questão não está no envolvimento da primeira-dama mineira no escândalo que tem o empresário Bené como timoneiro, mas no terror que se alastrou na seara política. Isso porque alguns malandros que atuam nesse universo já não se incomodam com as consequências de seus atos e colocam familiares e parentes como “laranjas” de um esquema criminoso.

Conforme apurou o UCHO.INFO, há muitas esposas e namoradas de políticos conhecidos envolvidas em esquemas de corrupção. É o caso da ex-mulher de um dos investigados na Operação Lava-Jato, que tempos atrás fez revelações bombásticas a uma amiga. Disse a abandonada mulher que o investigado na Lava-Jato, com quem dividiu travesseiros e lençóis durante muito tempo, certa feita lhe pediu para abrir uma conta bancária no exterior, mais precisamente na Europa.

Na conta não declarada ao Fisco brasileiro, o político fez chegar nada menos que US$ 50 milhões, dinheiro que seria utilizado na criação de um grupo de comunicação no Brasil. O casal acabou se separando, mas não se tem notícia do destino da dinheirama. O que se sabe é que o projeto midiático não saiu do papel.

Isso mostra que a malandragem no mundo político é muito maior do que imaginam as autoridades brasileiras, que com esse fato têm um enorme caroço no meio das investigações.

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