Nova comitiva de senadores viajará à Venezuela para camuflar o caótico cenário bolivariano

nicolas_maduro_16Missa encomendada – De acordo com senador Lindbergh Farias (PT-RJ), uma nova comitiva de senadores viajará nesta quarta-feira (24) a Caracas, agora organizada por parlamentares petistas. Segundo o parlamentar fluminense, o objetivo é reunir com representantes do governo, da oposição e da sociedade civil venezuelana.

“Nós queremos conversar com todos, vamos conversar com o principal líder da oposição venezuelana, que é Henrique Capriles, e que não foi procurado pela comitiva anterior. Vamos conversar com as mulheres dos presos da Venezuela, queremos conversar com o governo”, afirmou Lindbergh.

Na semana passada, uma comissão de oito senadores da oposição, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Agripino Maia (DEM-RN), viajou a Caracas, mas foi impedida de visitar os presos políticos. O micro-ônibus que transportava os senadores brasileiros foi bloqueado por atos hostis protagonizados por manifestantes chavistas e porque o governo resolveu fazer obras em um túnel e na rodovia que leva ao presídio onde estão os presos políticos. O túnel estava em “manutenção emergencial” e a pista estava sendo “lavada”.

Lindbergh disse que a situação social e política na Venezuela é “gravíssima” e a comitiva da qual fará parte tem como missão defender no país vizinho a “legalidade democrática e a realização de eleições diretas”, que foram anunciadas na última segunda-feira pelo governo venezuelano para 6 de dezembro.

Além do senador petista, a comitiva contará com Telmário Mota (PDT-RR), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A comitiva será liderada pelo senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, do PMDB, e que era amigo do ex-presidente venezuelano Hugo Chávez.

O Palácio do Planalto chegou a lamentar, por meio de uma nota oficial divulgada pelo Itamaraty, os incidentes ocorridos durante a visita da primeira comitiva, e afirmou que “são inaceitáveis os atos hostis contra parlamentares brasileiros”.

Devido ao incidente com o primeiro grupo de senadores que foi a Caracas, o Itamaraty convocou na sexta-feira a embaixadora da Venezuela em Brasília, María Lourdes Urbaneja, e o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira pediu esclarecimentos a sua colega venezuelana, Delcy Rodríguez.

O que surge na esteira dessa nova comitiva de parlamentares brasileiros é um escandaloso acerto entre a petista Dilma Rousseff e o bolivariano Nicolás Maduro, cujo objetivo é apresentar à opinião pública um cenário previamente preparado.

Maduro, o tiranete que sucedeu o caudilho Hugo Chávez, está correndo contra o tempo para organizar um cenário mentiroso que esconda as mazelas de um país que derrete à sombra de grave crise econômico-institucional, sem contar o cerceamento da liberdade dos cidadãos. (Danielle Cabral Távora)

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