Rédea solta – Ao embarcar para os Estados Unidos no último sábado (27), após reunião de emergência com ministros mais próximos, a presidente Dilma Rousseff já tinha conhecimento das previsões pessimista do mercado financeiro acerca da economia nacional, mas a mandatária desembarcou em Nova York como se por aqui a crise tivesse passado a léguas de distância. Nesta segunda-feira (29), a petista fala para quase quinhentos empresários brasileiros e estadunidenses, enquanto o mercado verde-louro digere as novas expectativas para a economia.
De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, os economistas das maiores instituições financeiras em atividade no País voltaram a elevar as projeções para a inflação, assim como diminuíram a expectativas em relação ao crescimento econômico.
Pela décima primeira semana consecutiva, os analistas apostam em alta da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve encerrar o ano na casa de 9%, contra 8,97% da previsão anterior. Há um mês, essa projeção estava em 8,39%.
Ao mesmo tempo em que o pior fantasma da economia assusta os brasileiros, as previsões para o Produto Interno Bruto de 2015 são mais desanimadoras. De acordo com o Boletim Focus, os economistas consultados pelo BC preveem encolhimento de 1,49% da atividade econômica, contra 1,45% da previsão anterior.Trata-se do sexto recuo consecutivo do índice.
Para piorar um cenário que já era ruim, a taxa básica de juro, a Selic, após quatro semanas sem alterações, voltou a ter previsão de alta, devendo fechar 2015, segundo os especialistas, no patamar de 14,50% ao ano. A projeção anterior era de 14,25%. Atualmente, a Selic está em 13,75%, o que compromete sobremaneira a atividade econômica como um todo.
A eventual decisão do Banco Central de elevar a taxa básica de juro até o final deste ano mostra que o órgão continua perdendo a batalha contra a inflação, que dificilmente chegará ao centro da meta (4,5%) até o fim de 2016, como vem anunciando o presidente do órgão, Alexandre Tombini.
Como ingredientes extras nessa receita explosiva deve-se adicionar o movimento de alta do desemprego em todo o País e a queda do valor dos salários, que têm perdido o poder de compra com o avanço da inflação. Mesmo assim, Dilma foi à terra do Tio Sam para “vender” o Brasil como o País de Alice, aquele das fabulosas e falsas maravilhas. Como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.