Jogo de cena – O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou nesta segunda-feira (30) que o governo de Atenas tomará medidas judiciais contra as instituições europeias caso o país seja excluído da zona do euro. O jornal britânico “The Daily Telegraph” citou uma afirmação do ministro dizendo que “o governo grego lançará mão de todos os direitos legais”.
“Os tratados da UE não estabelecem requisitos para uma exclusão da zona do euro, e nós nos recusamos a aceitar”, afirmou, reiterando que a adesão do país à união monetária não é negociável. Desde a criação da moeda comum europeia, nenhum país foi excluído do tratado. Varoukafis afirmou que, se necessário, o país “seguramente considerará” a hipótese de entrar com um processo no Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).
O impasse nas negociações entre Atenas e seus credores internacionais aumentam os temores quanto a uma possível saída do país da zona do euro. O ministro Giorgos Stathakis confirmou ao jornal britânico “Financial Times” que o país não pagará 1,6 bilhão de euros devidos ao FMI, cujo prazo para pagamento encerra nesta terça-feira.
Em entrevista concedida na segunda-feira (29) à televisão estatal grega, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, havia afirmado que a Grécia pagará a dívida com o FMI, caso os credores internacionais ofereçam um acordo.
Agências rebaixam nota da Grécia
Na noite de segunda-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a avaliação de crédito da Grécia de CCC para CCC-, que corresponde ao estágio que antecede a falência estatal. Segundo a agência, a probabilidade de uma saída da Grécia da zona do euro é de 50%.
Após o fechamento temporário dos bancos no país, a agência Fitch rebaixou a nota da Grécia de CCC para RD, acrônimo em inglês para “calote restrito”, e ressaltou que imposição de controles financeiros por parte do governo de Atenas evitou a falência das quatro maiores instituições bancárias da Grécia. (Com agências internacionais)