Non sense – A reação arrogante da presidente Dilma Rousseff diante dos escândalos de corrupção e da incompetência administrativa que invadiram o Palácio do Planalto lembra o período que antecedeu o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje aliado da petista, que teve o mandado cassado em 29 de dezembro de 1992. A avaliação foi feita nesta terça-feira (7) pelo líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), para quem as declarações da presidente na segunda-feira mostram uma pessoa isolada e fragilizada no poder.
“A arrogância de Dilma, o apego ao poder, o desafio que faz à oposição e a afirmativa que não cai de jeito nenhum nos fazem voltar ao passado, quando Collor, o falso ‘caçador de marajás’, insistia em afrontar o Congresso e a sociedade diante o escândalo de corrupção que o atingia. E olha que agora a corrupção é infinitamente maior e está aliada ao caos administrativo que empurrou o país para uma grave crise econômica”, alertou Rubens Bueno.
Para o líder do PPS, a presidente Dilma tenta esconder a realidade dos fatos ao acusar a oposição de golpista. “As delações da Lava Jato estão aí para mostrar. Queria o quê? Que não fizemos nada diante das revelações que sua campanha foi abastecida com dinheiro roubado da Petrobras? Estamos cumprindo o nosso papel assim como o PT, na época do hoje aliado Collor, também fez. Trata-se de nossa missão como oposição e não vamos deixar de exercer”, garantiu o parlamentar.
Se alguém deu um golpe, continua Rubens Bueno, foi a própria presidente que na última eleição afirmou que não retiraria qualquer direito do trabalhador e, logo após ser reeleita, cortou o seguro-desemprego, o abono salarial, as pensões e agora, diante do quadro de avanço do desemprego, propõe o corte de salários dos brasileiros.
Entrevista e absurdos
O deputado também criticou alguns pontos da entrevista de Dilma ao jornal “Folha de S. Paulo”. Em uma das respostas, a presidente critica o instrumento da delação premiada. “Não gosto desse tipo de prática. Não gosto. Acho que a pessoa, quando faz, faz fragilizadíssima”, disse a presidente. Para o líder, se não fosse esse instrumento o Brasil jamais teria conhecimento do grande esquema de corrupção que tomou e ainda toma conta do País. “Talvez ela não goste porque lhe atingiu diretamente”, provocou Rubens Bueno.
Mais grave ainda, ressalta o líder do PPS, foi o comentário de Dilma sobre a prisão dos presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez. “Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só”, disse a presidente.
“Quer dizer então que para pessoas conhecidas é necessário maior fundamento? Isso é um completo absurdo. É a negação de nossa Constituição que garante que todos são iguais perante a lei. Lamentável uma presidente da República falar uma coisa dessa”, finalizou o líder do PPS.
Contagem regressiva
Dilma sabe que seus dias no poder estão contados e que para esticar a permanência no Palácio do Planalto será preciso abusar do estoque de mitomania. Considerando que Dilma se acostumou com a mentira, a prorrogação de sua estada no comando do País não será tarefa difícil, mas não se deve ignorar a curta paciência da população, que acuada diante da crise não mais suporta enganações oficiais.
Enquanto tenta aglutinar a base aliada em torno de um governo incompetente, paralisado, perdulário e corrupto, Dilma roda o planeta para vender a ideia de que o Brasil é a versão tropical e moderna do País de Alice, aquele das fabulosas maravilhas.
O absurdo que orbita o cotidiano de Dilma Rousseff é tamanho, que na sua viagem à Rússia, iniciada nesta terça-feira, a presidente ordenou aos pilotos do avião presidencial que fizessem escala na cidade do Porto, em Portugal, onde a petista sempre para se entrega às finas iguarias do restaurante Terra Cafeína, um dos mais caros e concorridos da bela cidade portuguesa e que serve um prato de bacalhau em homenagem à mandatária verde-loura (Bacalhau à Dilma).
Enquanto a comitiva presidencial torra o suado dinheiro do contribuinte em viagens desnecessárias, até porque a reunião dos BRICS e nada é a mesma coisa, o trabalhador brasileiro continua enfrentando o fantasma da inflação. E qualquer semelhança de Dilma com Collor não é mera coincidência, mas repetição de uma história conhecida. Como disse certa vez um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.