Momento zen – De acordo com o médico Roberto Cardoso, ginecologista, obstetra e autor do livro “Medicina e Meditação – Um Médico Ensina a Meditar” (MG Editores), a meditação é um exercício de relaxamento da lógica. “Os sistemas nervoso, endócrino e imunológico se equilibram”, afirma o especialista. Um estudo de Harvard aponta que, com a prática, o organismo consome 17% menos oxigênio, o ritmo cardíaco diminui e as ondas cerebrais alcançam o ritmo mais lento.
Meditar também pode ser uma alternativa para quem tem pressão alta. Segundo a “American Heart Association”, quando nos sentimos relaxados os vasos sanguíneos se abrem e a pressão arterial cai. “Pouco a pouco, a prática traz a pressão para níveis mais próximos do normal”, revela Cardoso. Em pessoas normotensas (com pressão normal), a meditação parte da premissa básica de equilibrar o organismo, isto é, não causa queda da pressão.
A meditação também acalma o cérebro, já que a prática é ocupar a mente para que ela não nos leve a uma constante corrente de pensamento. “Por isso, o meditador experimenta a sensação de ‘expansão’ e ‘transcendência’”. Contudo, para alcançar esse estágio é preciso ter regularidade e continuidade na prática. “Meditar uma ou duas vezes por semana, por exemplo, só lhe trará os benefícios de qualquer outro tipo de relaxamento”, ressalta o médico.
Para a Sociedade de Oncologia Integrativa Americana pacientes com câncer podem se beneficiar da técnica. Ela auxilia nos sintomas e efeitos colaterais da doença, principalmente das mulheres diagnosticadas com câncer de mama. Essas diretrizes são baseadas no alívio da ansiedade, do estresse, da fadiga, do humor geral e de distúrbios do sono, melhorando a qualidade de vida.
Por outro lado, a ansiedade é um dos desequilíbrios mais estudados quando o assunto é meditação. Seus benefícios são moderados, tanto na ansiedade quanto na depressão. O estresse também fica sob controle, afinal a técnica atua no sistema nervoso e nas emoções.
Saiba o passo a passo da meditação:
A posição ideal não precisa ser aquela de lótus. É possível praticar sentado, e já há técnicas ativas, com as quais se medita andando. Aprenda algumas dicas de como meditar, mas antes, prepare-se para parar por 15 a 20 minutos. Se preferir, coloque uma música relaxante.
• Suspenda a respiração, com o ar preso, por alguns instantes. Expire contando de três a um (contagem decrescente). Ao expirar, contraia suavemente o abdome, trazendo o umbigo para dentro. O tempo de inspiração e de expiração devem ser o mesmo.
• Tente contar cada vez mais lentamente, mas sem causar desconforto.
• Inspire, contando mentalmente de um a três. Ao inspirar, distenda suavemente o abdome, fazendo o umbigo movimentar-se para a frente.
• Sente-se com a coluna ereta, mas sem desconforto. Afinal, você não deve se mexer ao longo de todo o exercício.
• Durante toda a técnica, mantenha o foco de atenção fora da cabeça, permanecendo com toda a atenção no abdome (entre dois a três dedos acima do umbigo) e no ritmo respiratório.
• Sempre que algum pensamento vier e lhe distrair, volte ao foco de atenção no abdome e na respiração. Faça isso sem cobranças ou raiva.
• Evite se mexer, coçar-se ou fazer qualquer movimento.
• Ao terminar, faça três respirações amplas e abra os olhos lentamente. Fique calado por aproximadamente três minutos.
• Evite “brigar” com o ar. “Aceite o ar que entra no corpo, como se ele fizesse um carinho. Aceite o ar que sai do corpo, como se ele partisse livre”, explica Roberto Cardoso. (Danielle Cabral Távora)