Christine Lagarde defende reestruturação da dívida da combalida Grécia

christine_lagarde_07São Tomé – Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde afirmou nesta quarta-feira (8), em Washington, que um novo programa de resgate para a Grécia exige dos credores a reestruturação da dívida do país.

“A reestruturação da dívida no caso da Grécia é necessária para que possa haver uma dívida viável. A Grécia está em uma situação de crise aguda que precisa ser solucionada”, disse Lagarde durante um evento do think tank Instituto Brookings.

A diretora do FMI, porém, lembrou que a Grécia precisa fazer a sua parte, realizando reformas no país. Ela reafirmou que a instituição permanece empenhada em encontrar uma solução para a crise grega.

Também nesta quarta-feira, o primeiro-ministro Alexis Tsipras enviou um novo pedido de ajuda bilionária ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Nele, Atenas se compromete a fazer reformas tributária e nas aposentadorias.

O pedido não apresentou um plano exato, mas Tsipras garantiu que propostas “concretas” e “credíveis” serão apresentadas nesta quinta-feira. A partir de então, elas começam a ser avaliadas pelas três instituições – Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Essas análises serão submetidas ao Eurogrupo, que prepara a cúpula extraordinária do Conselho Europeu, marcada para o próximo domingo (12).

Blefe conhecido

Nessa queda de braços entre Atenas e os credores internacionais há muitos interesses políticos que transcendem as fronteiras da Europa, como, por exemplo, os da Rússia de Vladimir Putin, que deseja dar um troco no Ocidente por causa dos desdobramentos na crise na Ucrânia e dos embargos ao país. De quebra, pegando carona nesse imbróglio que chacoalha o Velho Mundo, está a China, ávida por aumentar suas incursões em território europeu, em especial nas questões políticas e ideológicas.

É importante lembrar que Alexis Tsipras continua blefando, apenas porque precisa manter o enfadonho e obtuso discurso de campanha, que previa enfrentar a União Europeia, ao contrário do que ele próprio afirma.

Ademais, o premiê grego não se aventuraria de forma tão arriscada se não tivesse uma garantia de outros países. O que explica a aproximação da Grécia relação ao Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ou seja, nesse jogo quase sem fim qualquer movimento é previamente combinado e treinado à exaustão. (Com agências internacionais)

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