Peça-chave – Engana-se quem pensa que a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, está no fim. Pelo contrário, a operação que desmontou o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, tem muito a descobrir. E não será por falta de transgressões cometidas por alarifes que a Lava-Jato acabará.
Aparentemente esquecido no âmbito das investigações, o ex-petista André Vargas Ilário pode passar longa temporada atrás das grades, caso não decida pela delação premiada, o que poderia reduzir eventual pena condenatória. Flagrado pela força-tarefa da Lava-Jato em fraudes a licitação e recebimento de propina por meio de agências de publicidade, André Vargas está prestes a ser alcançado por outro escândalo correlato.
A empresa IT7, voltada para os negócios da tecnologia da informação, foi usada por Vargas para camuflar negócios ilícitos na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde. Um dos sócios da IT7, que fazia o papel de serviçal de Vargas, está foragido e promete se entregar à PF e contar o que sabe do esquema criminoso. Cenário que não é bom para o parlamentar cassado, que um dia sonhou em chegar à presidência da Câmara dos Deputados, mas foi abatido em pleno voo.
O grande dilema que ronda a órbita de Vargas é o desdobramento dessa vertente de investigação, que em breve chegará a um empresário conhecido nos subterrâneos de Brasília e que atende pelo nome de Alceu.
Conhecido por ser um “bon vivant” e acostumado às benesses que o dinheiro fácil e imundo da corrupção proporciona, o tal Alceu viveu durante anos a fio como um perdulário ousado, até que André Vargas foi preso. Somente em um dos negócios ilícitos, o tal empresário embolsou uma parcela de propina no valor de R$ 1,4 milhão, dinheiro que permitiu algumas extravagâncias, como a realização de uma festa em local concorrido da capital dos brasileiros. Segundo apurou o UCHO.INFO, a festa de casamento de Alceu não saiu por menos de R$ 500 mil. Fortuna considerável em um país cujo salário mínimo vale míseros R$ 788.
Fora isso, o empresário adquiriu um luxuoso apartamento de cobertura na capital dos brasileiros e renovou a frota de carros da família, com direito a BMW, Land Rover e outras marcas caras e famosas mundo afora.
Como nem todo conto de fadas dura para sempre, Alceu foi obrigado a se desfazer do quinhão que tinha em uma aeronave, na qual alguns políticos voaram de graça, mas com a promessa de abrir portas para o ilícito. Por ser uma aeronave mais antiga (Citation I), com aproximadamente vinte anos de uso, o jatinho era chamado de “Fusca” pelo empresário, que entregava os comandos da sua máquina voadora a um piloto de nome Amauri, que se for chamado para depor na Polícia Federal pode listar os nomes dos passageiros ilustres.
O enigma desse imbróglio criminoso não para nas estripulias de Alceu com André Vargas e a nefasta IT7, mas em negócios que ultrapassaram as fronteiras da Esplanada dos Ministérios e invadiram a seara da Eletronuclear, onde um funcionário de origem nipônica já não consegue dormir.
O UCHO.INFO procurou informações da tal aeronave, o “Fusca” no setor executivo aeroporto de Brasília, mas em determinado hangar o nome do empresário funciona como se fosse um crucifixo diante do fantasma. Funcionário de determinada companhia de taxi aéreo de Brasília, um cidadão de nome Wilson ficou arrepiado quando a reportagem do site perguntou sobre o “Fusca” voador.
O site avança na investigação e está a um passo de desvendar mais um capítulo criminoso do escândalo de corrupção que vem chacoalhando o Palácio do Planalto e pode levar Dilma Rousseff, a presidente, a fazer um pouso forçado. Em breve as informações levantadas pelo UCHO.INFO estarão à disposição das autoridades da Lava-Jato.