PT não acarea – Nesta segunda-feira, 20, Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, disse que aceita participar de acareação com o lobista Júlio Camargo, que afirma ter pago US$ 5 milhões em propina ao peemedebista. Cunha ainda defendeu que outros políticos, como a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva – todos do PT – também sejam acareados com delatores da operação Lava Jato.
“Não tem nenhum problema. Pode haver acareação com quem quiser. Mas aproveita e chama o Mercadante e o Edinho Silva para acarear com o Ricardo Pessoa e a Dilma para acarear com Youssef (doleiro Alberto Youssef)”, disse Cunha, ao deixar almoço com líderes peemedebistas organizado pela Associação de Emissoras de Rádio e TV do Rio de Janeiro (AERJ). “Acho oportunista querer falar em acareação. Estou disposto a fazer em qualquer tempo. Aproveitem e convoquem todos os que estão em contradição. O ministro Mercadante e o ministro Edinho negam o que foi dito por Ricardo Pessoa. A presidente nega o que foi colocado pelo Youssef. Que façam acareação de todos”, insistiu o deputado.
O presidente da Câmara voltou a negar que a decisão anunciada por ele na última sexta-feira de romper com o governo signifique que ele implementará na Câmara uma pauta contrária aos interesses da presidente Dilma. “Não estamos querendo tacar fogo no País, nenhuma pauta bomba. É o normal que está sendo tratado (na pauta da Câmara). Se o normal incomoda, é outro problema. O fato de eu ter mudado o meu alinhamento político com o governo não significa que eu vá mudar como presidente da Câmara. Minha militância partidária como deputado e como político é que está em discussão. Meu papel como presidente da Câmara é igual”, afirmou Cunha.
O peemedebista ressaltou que o PMDB já está dividido desde as eleições de 2014, quando 41% dos que votaram na convenção nacional do partido foram contra a manutenção da aliança com o PT. “A bancada já estava dividida, o PMDB já foi dividido para a eleição. Não foi a mudança no meu alinhamento que criou isso”. (Danielle Cabral Távora)