A maquete está pronta – Os governos do Brasil e da Suécia finalmente chegaram a um acordo sobre a taxa de juros do financiamento da compra dos 36 caças Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB). Desta forma, o negócio, que se estende há algum tempo, deve ser fechado em breve.
Os detalhes ainda não foram divulgados, porém os suecos aceitaram cobrar juros anuais de 2,19% no financiamento oferecido pela SEK (agência de promoção de exportações do país escandinavo), como o Brasil queria.
Vale ressaltar que o negócio foi acertado em 2014 por US$ 5,4 bilhões, atualmente mais de R$ 18 bilhões. Entretanto, o valor deve cair porque a moeda utilizada é a coroa sueca, que perdeu valor recentemente. O pagamento do financiamento só começa em oito anos e meio, e deve durar 15 anos.
Estocolmo queria cobrar 2,54% de juros, valor da taxa em outubro de 2014, quando foi assinada a compra. A escolha do Gripen, fabricado pela Saab, ocorreu em dezembro de 2013 após 12 anos de negociações. Porém, a taxa, ditada aos países integrantes da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, flutua. Agora, está em 2,19%.
Os suecos abriram mão de cobrar pela diferença entre as taxas, como vinham insistindo desde a segunda-feira, 27, quando uma comissão da SEK chegou a Brasília.
Esse detalhamento ainda tem de ser dado pelo Ministério da Defesa, que deverá divulgar nesta quarta-feira. Uma compensação poderia ser feita em conjunto pelos dois países, mas inicialmente isso não será preciso.
Apesar da crise econômica, a compra dos caças não esteve sob risco. Para o Planalto, o desgaste internacional seria enorme, já que as tratativas para a aquisição e transferência de tecnologia para o Brasil já estão adiantadas.
Pilotos brasileiros treinam com o Gripen na Suécia, e a Saab já está trabalhando com Embraer e outras empresas para capacitar a indústria nacional a fornecer peças e, no futuro, montar o caça no Brasil. O último lote de aeronaves deverá sair, em 2024, da fábrica da Embraer.
Os primeiros caças, se o cronograma for mantido, deverão chegar ao Brasil em 2019. Havia a expectativa do aluguel temporário de modelos anteriores do Gripen, para adaptação dos pilotos brasileiros e para melhorar a defesa do espaço do Brasil central, hoje nas mãos de antigos caças F-5 modernizados. Mas a crise econômica praticamente enterrou essa possibilidade, levando o foco para a compra dos aviões em si.