Para manter Pizzolato na Itália, advogados usam imagens de mortes e torturas em cadeias brasileiras

henrique_pizzolato_15Última cartada – Para manter Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil e condenado a doze anos e sete meses de prisão no julgamento do Mensalão do PT, na Itália, seus advogados alertaram a Corte italiana sobre as condições do sistema carcerário brasileiro, apresentando imagens de pessoas decapitadas em Pedrinhas, penitenciária em São Luís (MA), e o registro de dois homicídios no completo penitenciário da Papuda (DF).

Por isso, representantes da Itália viajarão para Santa Catarina para vistoriar as condições de duas penitenciárias do Estado que podem abrigá-lo. Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania catarinense, as autoridades italianas visitarão na quinta-feira (6) o Complexo Penitenciário do Vale do Itajaí e no dia seguinte a Penitenciária Regional de Curitibanos, no Oeste do Estado.

Pizzolato está preso na cadeia de Modena, no norte da Itália, e aguarda decisão do país europeu sobre sua extradição ou não para o Brasil. A Corte italiana já adiou quatro vezes a decisão, que deve ocorrer apenas em dezembro.

Embora o mais provável seja que o petista passe a cumprir pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, ele pode preferir ficar em Santa Catarina, onde nasceu e mantém laços familiares.

A visita às cadeias do Estado foi solicitada pelo Ministério da Justiça italiano em julho, quando a extradição de Pizzolato foi adiada pela última vez. As autoridades brasileiras devem fornecer todos os detalhes sobre a penitenciária na qual ele será transferido e de outros locais que possam recebê-lo para os senadores italianos Maria Cecilia Guerra e Luigi Manconi.

Participarão das inspeções representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Advocacia Geral da União (AGU), Ministério da Justiça, Ministério das Relações Exteriores (MRE) e autoridades italianas. (Danielle Cabral Távora)

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