Caos crescente – Na quinta-feira (6), a imprensa venezuelana informou que pelo menos dois caminhões que transportavam comida na cidade de Sinamaica, no noroeste da Venezuela e próxima à fronteira com a Colômbia, foram saqueados por um grupo de pessoas. O incidente aconteceu na noite desta quarta e, depois que os caminhões foram saqueados, manifestantes foram protestar em frente à Prefeitura da cidade e tentaram atear fogo ao edifício.
De acordo com o jornal local “Panorama”, porta-vozes da prefeitura afirmaram que cinco escritórios foram danificados, porém ninguém ficou ferido. O jornal “El Nacional”, um dos poucos diários nacionais que segue fazendo uma cobertura crítica ao chavismo, revelou que o saque aos dois caminhões de transporte de comida aconteceu como medida de protesto “contra a escassez e o racionamento de alimentos” que assola a cidade, que vive em “condições deploráveis, passando vários dias sem energia elétrica e sem conexão à internet”.
Apesar disso, as autoridades oficiais não se pronunciaram sobre estes novos distúrbios. Não é a primeira vez que a população se revolta pela fala de alimentos. Desde julho, eventos semelhantes aconteceram em outras localidades da Venezuela.
Em uma oportunidade, um homem de 21 anos acabou sendo morto na cidade de San Félix, no sudeste do país, em 31 de julho. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse no mesmo dia que a morte deste jovem foi um evento “planejado” executado pela “direita maltratada” que, segundo ele, recebe ordens dos Estados Unidos.
A Venezuela atravessa uma grave crise econômica com desabastecimento de produtos básicos, inflação fora de controle e perda abrupta do poder de consumo da população.
As principais críticas do lado opositor partem da aliança partidária Mesa da Unidade Democrática (MUD), que convocou para o próximo dia 8 de agosto uma “jornada nacional de protesto contra a fome, o crime organizado e pela liberdade”.
Durante o último ano a Venezuela passou por frequentes ciclos de escassez e desabastecimento, o que provocou longas filas nas lojas, com as pessoas disputando principalmente produtos alimentícios e artigos de higiene pessoal. (Danielle Cabral Távora)