Alckmin e Aécio Neves afirmam que não é responsabilidade da oposição ajudar na solução da crise

geraldo_alckmin_35Devolvendo a culpa – Nesta segunda-feira (10), o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), afirmou que cabe ao governo, não à oposição, buscar soluções para as crises política e econômica enfrentadas pelo País. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também do PSDB, endossou a fala do colega de partido e disse que a presidente Dilma Rousseff não pode “responsabilizar os outros” por problemas que ela própria criou. Os tucanos participavam, em Recife, da homenagem pelos 50 anos que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) completaria se estivesse vivo.

“As alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB. Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, seja a questão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, declarou Aécio. Segundo ele, a população brasileira percebe que há uma “crise de confiança”, além da política e da econômica. “Errar faz parte da vida, mas o Partido dos Trabalhadores é incapaz de assumir seus erros”.

Por sua vez, Alckmin criticou a atitude do governo de “não reconhecer erros” e de tentar “terceirizar responsabilidades políticas para solucionar a crise”. “Não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas. A primeira questão para você resolver um problema é você reconhecer o problema” ressaltou o governador paulista.

Um pouco antes, em São Luís (MA), a presidente da República havia reclamado do “vale-tudo” na política e afirmado que é preciso “pensar primeiro no Brasil”. Dilma criticou os que apostam no “quanto pior, melhor”, sem citar diretamente nomes da oposição.

Na última quinta-feira (6), em propaganda partidária exibida em rede nacional, o PT apontou Aécio como um dos líderes da oposição que atuam para “desestabilizar o governo”, o que prejudica o País como um todo.

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, que estava presente no evento em Recife, não comentou as falas dos líderes tucanos e usou o bordão criado por Campos para defender que o governo continuará “trabalhando”, sem desistir do Brasil.

“Eduardo também enfrentou derrotas e vitórias, mas nunca desistiu por quem trabalha por um ideal não desiste nunca. E por isso a frase dele de que não vamos desistir do Brasil, porque nós temos um trabalho”, declarou o ministro.

“Vamos construir com altos e baixos, com divergências que são super bem-vindas na democracia, mas sempre colocando aquilo que é fundamental, o interesse do País na frente”, emendou Wagner. Ele também usou o discurso para pedir conciliação e união para que a crise seja superada.

“A verdade nunca está na cabeça de um só. A verdade está na construção coletiva. Quem pensa diferente da gente não é inimigo. Ouvir para construir o consenso é que nos vai levar adiante”, completou o petista baiano. (Danielle Cabral Távora)

apoio_04