PPS pede criação de sub-relatorias na CPI do BNDES, investigação pode implodir o governo

bndes_04Pavio aceso – Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder do partido na Câmara, Rubens Bueno anunciou nesta terça-feira (11), em reunião da CPI do BNDES, que a legenda apresentará pedido para a criação de pelo menos duas sub-relatorias na comissão: uma para investigar os financiamentos do banco para projetos no Brasil e outra para apurar a liberação de recursos para obras no exterior.

Autor do requerimento de criação da comissão parlamentar de inquérito, Bueno também defendeu que a bancada do PPS tenha o comando de uma sub-relatoria da CPI. O deputado paranaense ressaltou que é tradição na Câmara que os autores de pedidos de CPI fiquem ou com a presidência ou com a relatoria dos colegiados, o que não aconteceu com o PPS.

“Fizemos um trabalho árduo de coleta de assinaturas para a instalação da CPI e ficamos de fora do comando da comissão. Não fomos sequer chamados para essa discussão. Então, estamos requerendo a criação de sub-relatorias para ajudar a investigação, mostrar o trabalho dos parlamentares do PPS, e possibilitar que tenhamos, no final, um relatório adequado”, defendeu.

O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) também reforçou o pedido de criação das sub-relatorias. O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), disse que a decisão não caberá a ele, mas a um acordo das lideranças partidárias na Câmara. Ele afirmou, porém, que considera o pleito justo.

Período de investigação

Com relação à proposta de trabalho do relator da comissão, José Rocha (PR-BA), de retroceder a investigação ao governo Fernando Henrique, Bueno salientou que a CPI precisa ter fato a ser apurado e período determinado.

“Isso não pode ser feito nem do ponto de vista legal. O fato determinado são os negócios do BNDES no setor de produção de carnes e também de grandes obras, pois o banco financiou grandes empreiteiras e o período está explícito no requerimento aprovado, que é a partir de 2003”, explicou Rubens Bueno.

CPIs para valer

O líder do PPS também defendeu que não só a CPI do BNDES, mas também a dos Fundos de Pensão, que será instalada nesta semana, investiguem para valer. “Precisamos de CPIs de verdade, que deem resultados. Vamos trabalhar para que as comissões de inquérito do BNDES e dos Fundos de Pensão atuem com total independência, sem poupar ninguém”, afirmou.

Para o parlamentar, com o avanço da operação Lava Jato revelando o alcance da corrupção no governo do PT, é necessário que o Brasil abra mais essas duas caixas pretas. “O aparelhamento político dos fundos está causando um enorme prejuízo aos trabalhadores de estatais como os Correios, a Caixa, a Petrobras, entre outras. Trata-se de um festival de desvios e investimentos suspeitos feitos por gente indicada por vários partidos. Temos que apurar a atuação de todos. Já com relação ao BNDES, a nosso ver está claro que o banco foi utilizado para atender prioritariamente os doadores de campanha do PT que agora estão sendo investigados pela Operação Lava Jato”, reforçou Rubens Bueno.

Papel de Lula

O líder do PPS disse ainda que o papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liberação de financiamentos do BNDES precisa ser apurado com rigor. “Pelo que estamos vendo até agora, no mínimo ele cometeu tráfico de influência ao percorrer o mundo em jatinhos com executivos de empreiteiras, conseguir obras no exterior, e depois, num passe de mágica, esses projetos recebiam dinheiro do BNDES. Tudo ao mesmo tempo em que a propina dessas mesmas empresas, como revela a Lava Jato, aterrissavam no caixa do PT. Isso sem contar o dinheiro que foi parar no Instituto Lula”, frisou o líder do PPS.

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