Lava-Jato: advogado que Gleisi diz mal conhecer recebeu “pixuleco” de R$ 321 mil da senadora

gleisi_hoffmann_82Caiu a máscara – Durou muito pouco a tentativa da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) de se descolar do advogado Guilherme Gonçalves, um dos alvos da Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. A alegação apresentada pela senadora de que conhecia o advogado apenas da “militância do PT” foi ridicularizada até pelos petistas e foi desmentida pessoalmente, a jato, pelo próprio preso. A situação agora se complica. Gleisi também esqueceu de mencionar que já pagou R$ 321.820,00 pelos serviços advocatícios de Guilherme Gonçalves entre 2008 e 2014. Valor que, por assim dizer, é um “pixuleco” bastante significativo.

A saber: Gleisi pagou, em 2008, R$ 157.269,00 para Gonçalves durante a campanha à prefeitura de Curitiba. Em 2010, como candidata ao Senado, Gleisi repassou mais R$ 50 mil ao advogado. Gonçalves recebeu ainda R$ 15 mil (duas parcelas de R$ 7,5 mil, em março e abril de 2011) por consultoria prestada ao mandato de Gleisi no Senado. E na campanha ao governo do Paraná, em 2014, o escritório do advogado recebeu mais R$ 100 mil da petista.

Guilherme Gonçalves também deu a devida contrapartida a Gleisi e ao PT. De 2002 a 2012, o advogado repassou R$ 91 mil para campanhas petistas, sendo que R$ 64 mil do montante para as campanhas de Gleisi em 2008 (R$ 39 mil) e 2010 (R$ 25 mil). Gonçalves é também apontado como responsável pelo departamento jurídico do diretório do PT do Paraná.

Isso sem falar na relação muito próxima que o advogado mantém com o marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (foi no Planejamento que ocorreram os ilícitos investigados pela Pixuleco II). Segundo o próprio Guilherme Gonçalves, “para o Paulo Bernardo advoguei pessoalmente em queixas crimes que propus como advogado dele”.

A Polícia Federal acusa Gonçalves de receber R$ 7,2 milhões em propinas de contratos firmados pelo Ministério do Planejamento, á época comandado por Paulo Bernardo, marido de Gleisi.

“Temos faturas emitidas para os escritórios de advocacia que eram ideologicamente falsas porque um dos próprios diretores da Consist Software informou que estes escritórios jamais prestaram serviços advocatícios para a empresa. Eles (escritórios) podem ter recebido por serviços prestados a terceiros. É algo que ainda será alvo de investigação” disse o delegado da PF, Márcio Adriano Anselmo.

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