Pixuleco II: depoimento de ex-vereador do PT compromete Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo

gleisi_hoffmann_87Morrendo abraçados – Está cada vez mais complicada a situação da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR). A relação do advogado da senadora petista, Guilherme Gonçalves, com o esquema de empréstimos consignados, fruto de uma “parceria” entre a empresa Consist e o Ministério do Planejamento (à época ocupado pelo marido de Gleisi, Paulo Bernardo da Silva) começa vir à tona de forma comprometedora. O esquema criminoso é investigado na décima oitava fase da Operação Lava-Jato, batizada como “Pixuleco II”.

Quem está dissecando os detalhes do esquema é o ex-vereador Alexandre Romano (PT), conhecido como Chambinho. Ele revelou à Polícia Federal que foi o ex-ministro de Comunicação Social do governo Lula, Luís Gushiken (morto em 2013), quem indicou o advogado Guilherme Gonçalves para o recebimento de 9% da propina da empresa Consist Software, proveniente do contrato de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento.

“Inicialmente os honorários acordados com a Consist foram de 25,8%”, contou Romano, em depoimento prestado na sexta-feira à delegada de Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues. O porcentual teria sido aumentado para 32%. “Posteriormente, a pedido de Gushiken, destinou aproximadamente 9% para o escritório Guilherme Gonçalves”, revelou Romano, em colaboração espontânea a PF. Chambinho estaria negociando um acordo de delação premiada que pode revelar todo o esquema Gleisi-Paulo Bernardo-Consist.

O ex-ministro Gushiken, segundo Romano, também indicou uma segunda empresa que se beneficiaria dos honorários, que era ligada a “eles” (o Partido dos Trabalhadores). Guilherme Gonçalves, o advogado de Gleisi, teria recebido mais de 6 milhões de reais em propina da empresa Consist Software, que desde 2010 indiretamente prestava serviços para o Ministério do Planejamento, sob a batuta de Paulo Bernardo.

O advogado é ligado ao PT e muito próximo do outrora “casal 20” Gleisi e Paulo Bernardo. O escritório de advocacia de Gonçalves foi, segundo a força-tarefa da Lava-Jato, uma das seis pessoas jurídicas utilizadas pelo “companheiro” Romano como canais para o pagamento de propinas.

O escritório de Gonçalves atuou nas campanhas de Gleisi Hoffmann e prestou serviços para Paulo Bernardo. Alvo de investigação da Lava-Jato na Procuradoria-Geral da República, a senadora paranaense foi acusada, em delações premiadas de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef de ter recebido, durante a campanha de 2010, R$ 1 milhão do esquema de corrupção que funcionou na estatal petrolífera ao longo de uma década e ficou conhecido como “Petrolão”.

Para quem se acostumou a processar jornalistas por não suportar ver a verdade noticiada, Gleisi Hoffmann está se mostrando muito melhor do que a encomenda. Aliás, Gleisi ainda deve aos brasileiros de bem uma explicação sobre a bisonha nomeação de um pedófilo para cargo de confiança na Casa Civil, assunto que levou a petista a acionar o editor do UCHO.INFO na Justiça.

Desesperada diante da possibilidade de perder o mandato por quebra de decoro parlamentar e abandonada pelo Palácio do Planalto, a senadora tem tentado desesperadamente salvar a própria pele, usando para isso a estratégia de defender de forma irresponsável a presidente Dilma Rousseff, que fosse o Brasil um país minimamente sério já teria sido despejada do governo. Enfim…

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