Maduro deporta 791 colombianos, fecha fronteira com a Colômbia e provoca crise

nicolas_maduro_18Jogo de cena – Após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, fechar a fronteira com a Colômbia desde a última quinta-feira (20), a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, e o defensor público, Jorge Armando Otálora, viajaram nesta segunda (24) à cidade de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela para averiguar a situação.

Com o aprofundamento da crise, Venezuela e Colômbia decidiram antecipar para a próxima quarta-feira a reunião de chanceleres que estava marcada para o dia 14. María e Otálora examinarão a crise causada pela deportação de quase 800 colombianos. “Além das disposições administrativas e legais autônomas em cada nação, existem situações que violam os direitos fundamentais dos cidadãos”, ressaltou a Defensoria Pública.

Na quinta-feira, as passagens entre o departamento do Norte de Santander (Colômbia) e o Estado de Táchira (Venezuela) foram fechadas após um ataque de contrabandistas contra militares venezuelanos. O incidente deixou três soldados e um civil feridos.

Depois do fechamento da fronteira, o presidente Maduro decretou Estado de exceção em Táchira por 60 dias prorrogáveis, medida que entrou em vigor no sábado, e fechou “até novo aviso” todas as passagens fronteiriças com a Colômbia nessa região, alegando que a passagem é usada por contrabandistas e paramilitares.

Em meio a uma profunda crise de abastecimento – que impede os venezuelanos de comprar produtos básicos -, o governo de Caracas aponta o contrabando de mercadorias como uma das principais razões para o problema, que considera parte de uma “guerra econômica” promovida pela oposição contra a sua “revolução bolivariana”.

Após o fechamento da fronteira, a Venezuela já deportou 791 colombianos considerados ilegais. Muitas pessoas já estavam na Venezuela há anos e tiveram de deixar suas casas. Entre os expulsos da Venezuela estão mais de 100 crianças e adolescentes.

No domingo, a Defensoria pública colombiana recebeu declarações formais de colombianos que denunciaram maus tratos, brutalidade e ameaças da Guarda Venezuelana.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, manifestou a assessores a preocupação com os acontecimentos na região de fronteira e ordenou “atenção total” de seu governo com a situação. Além da reunião de emergência entre as chanceleres, Santos manifestou também o desejo de reunir-se pessoalmente com Maduro nos próximos dias para discutir a crise. (Danielle Cabral Távora)

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