Pixuleco II: PF encontra em escritório de advogado provas contra Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo

gleisi_hoffmann_92Deixando pegadas – A busca e apreensão que a Polícia Federal realizou no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, investigado na Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Operação Lava-Jato, foi pródiga em termos de provas contra o casal Paulo Bernardo da Silva e Gleisi Helena Hoffmann. A notícia-bomba é do jornalista Murilo Ramos, da revista Época. Ele informa ainda que o “material será empacotado e encaminhado a Brasília em breve”.

Gleisi (PT-PR) tem foro privilegiado por ser senadora da República e não pode ser presa ou investigada sem autorização do Supremo Tribunal Federal. O mesmo não acontece com seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), atualmente sem mandato e sem emprego. Em tese, Bernardo pode, se as provas encontradas pela PF forem tão graves quanto o jornalista assegura, ter a prisão decretada a qualquer momento e, eventualmente, vir a fazer companhia para seu ex-coordenador de campanha, André Vargas Ilário (ex-PT), na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.

A Pixuleco II, que levou a Polícia Federal a invadir o escritório do advogado Guilherme Gonçalves, investiga um esquema que rendeu R$ 50 milhões e se tornou viável a partir de operações autorizadas pelo Ministério do Planejamento, justamente no período em que Paulo Bernardo era titular da pasta (2005-2011). O advogado recebeu do esquema R$ 7,2 milhões em honorários sem qualquer espécie de prestação de serviço, segundo denuncia do ex-vereador do PT Alexandre Romano, operador dos contratos entre a Consist e o Ministério do Planejamento.

Gleisi já tentou desmentir qualquer ligação com o advogado Guilherme Gonçalves. “Embora eu conheça o Guilherme da militância do PT, desconheço as relações comerciais e contratuais do escritório dele”, disse Gleisi. Foi desmentido pelo advogado que revelou ter uma relação antiga com a senadora e seu marido. “Advoguei nas campanhas da Gleisi, várias campanhas, não só na última”, retrucou Gonçalves. “Para o Paulo Bernardo advoguei pessoalmente em queixas crimes que propus como advogado dele”, completou.

Muito antes da Pixuleco II, Gleisi já estava com a vida complicada por causa dos desdobramentos da Operação Lava-Jato. Já em 2014, a senadora foi apanhada pela delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef. Ambos revelaram que a campanha de Gleisi ao Senado em 2010 foi abastecida com R$ 1 milhão proveniente do esquema de corrupção conhecido como Petrolão.

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