Hungria cogita usar Exército para conter refugiados

(L. Balogh - Reuters)
(L. Balogh – Reuters)
Tensão no ar – A Hungria está cogitando usar o Exército para proteger a fronteira sul do país, pela qual uma onda de migrantes tem entrado na União Europeia, afirmou nesta quarta-feira (26) o porta-voz do governo Zoltan Kovacs. Budapeste também anunciou o envio de mais de 2.100 policiais para reforçar a fronteira com a Sérvia.

No dia anterior, o país registrou a entrada de um número recorde de migrantes num único dia: 2.533 refugiados cruzaram a fronteira entre a Sérvia e a Hungria. A maioria deles veio da Síria, do Afeganistão e do Paquistão.

Kovacs disse que qualquer decisão de usar o Exército deve ser baseada numa decisão aprovada pelo Parlamento, que deve debater o assunto na próxima semana.

A Hungria, que é parte da União Europeia (UE), está construindo, desde meados de julho, uma cerca de 175 quilômetros de extensão na fronteira com a Sérvia, na tentativa de conter a entrada de refugiados que usam a chamada rota dos Bálcãs. Nos últimos dois dias, muitos migrantes atravessaram a fronteira passando por trechos que ainda não foram fechados pela cerca.

Tumulto em abrigo

Nesta quarta-feira, policiais húngaros usaram gás lacrimogêneo para conter um tumulto num centro de triagem para migrantes, na cidade de Röszke, próxima da fronteira servo-húngara. A confusão começou depois que migrantes reclamaram do fato de as crianças serem obrigadas a brincar a céu aberto, sob chuva. A situação foi contornada após um porta-voz dos refugiados falar com eles em árabe. O local abriga entre mil e duas mil pessoas, que pernoitam, parcialmente, em tendas.

A Comissão Europeia ofereceu ajuda à Hungria para tentar acalmar a situação, através da criação de um grande centro de refugiados. “Estamos dispostos a estabelecer um ‘hot spot’ na Hungria, porque o país precisa de apoio”, disse uma porta-voz da comissão nesta terça-feira, em Bruxelas.

A construção dos chamados ‘hot spots’ é exigida por Berlim e Paris. Eles devem servir para cadastrar refugiados e triar migrantes sem chances de conseguir asilo na UE. Até agora, existe um ‘hot spot’ apenas na Itália, e um segundo está sendo construído na Grécia. (Com agências internacionais)

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