Esquerda, volver – Sofrendo de autismo político e esquizofrenia administrativa, a presidente Dilma Vana Rousseff parece não se contentar com a crise que chacoalha o País. Para tanto, a petista ordenou que fosse desengavetado um decreto que tira poderes dos militares, ao mesmo tempo em que delega ao ministro da Defesa – no caso Jaques Wagner – competência para assinar atos relativos à área militar, como, por exemplo, transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos; reforma de oficiais, da ativa e da reserva; promoção a postos de oficiais superiores e também a nomeação de capelães militares, entre outros quesitos que deveriam permanecer como prerrogativa dos especialistas na área.
A medida, que coloca o Brasil mais alguns passos adiante na rota da “cubanização”, foi recebida com muita “surpresa”, “estranheza” e “desconfiança” pela cúpula das três Armas, que não foram sequer consultados pelo governo comunista de Dilma a respeito do tema. O decreto nº 8.515 foi publicado na última sexta-feira (4) no Diário Oficial da União.
A decisão de ressuscitar o tal decreto era considerada um verdadeiro mistério pelos militares de alta patente, mas a medida foi tratada com o devido segredo pelos palacianos, que avançam cada vez mais no criminoso projeto de poder que tem a corrupção desenfreada como mola propulsora.
Como sempre acontece quando algum assunto polêmico toma conta do cardápio do cotidiano, o governo foi célere ao apresentar suas justificativas para um ato recoberto de totalitarismo e que remete ao modelo que vem corroendo a vizinha e combalida Venezuela. A Casa Civil informou que o envio do decreto à presidente da República atendeu a solicitação da Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, comandada pela petista Eva Maria Cella dal Chiavon.
O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que vinha o cargo de ministro interino da Defesa, e que teve seu nome publicado no DO como endossante do decreto, afirmou que desconhecia a existência do mesmo.
“O decreto não passou por mim. Meu nome apareceu só porque eu era ministro da Defesa interino. Não era do meu conhecimento”, resumiu o almirante, ao deixar o desfile de 7 de setembro, em Brasília, evitando colocar mais combustível nessa bisonha fogueira acesa pelo Palácio do Planalto.
O ministro Jaques Wagner, que estava em viagem oficial à China quando o decreto foi publicado, de igual externou surpresa com decisão tomada durante sua ausência. “Posso assegurar que não há nenhum interesse da presidente Dilma tirar poderes naturais e originais dos comandantes”, afirmou o ministro ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
“Ainda não estudei o decreto, mas ele visa normatizar as prerrogativas de cada instância com a criação do Ministério da Defesa e não tirar o que é da instância dos comandantes”, argumentou o ministro da Defesa.
Ex-governador da Bahia e integrante do núcleo duro do governo Dilma, o ministro ressaltou a entrada em vigoro do decreto acontecerá em quatorze dias, período em que “qualquer erro ainda pode ser corrigido”. O texto destaca que a competência prevista nos incisos do decreto podem ser subdelegadas pelo ministro da Defesa aos comandantes. Ou seja, considerando que o governo atual é eminentemente golpista e está firme no propósito de transformar o Brasil em versão agigantada da Venezuela, onde a democracia foi esquartejada pelo boquirroto “socialismo do século 21”.
Essa manobra escusa, que tem como objetivo dar ao governo do PT todos os instrumentos para o golpe tão anunciado, deve ser combatida com veemência e firmeza pelos brasileiros de bem, que não podem permitir que a democracia verde-loura sofra tão grave ameaça.
A “companheira” que agiu nos subterrâneos
Eva Maria Cella Dal Chiavon ocupou a secretaria-executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, após exercer o cargo de secretária da Casa Civil do Governo da Bahia, de janeiro de 2007 a outubro de 2011.
De julho de 2005 a dezembro de 2006, foi subchefe-executiva da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Também exerceu o cargo de secretária-executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, de fevereiro de 2004 a junho de 2005.
No Ministério do Trabalho e Emprego, secretária-executiva, de agosto de 2003 a fevereiro de 2004; e assessora especial de Planejamento, de abril a julho de 2003.
Ocupou de 1999 a 2002, na Prefeitura de Chapecó (SC), os cargos de secretária de Desenvolvimento Comunitário e Habitação, e chefe de Gabinete. De 1990 a 1998, foi assessora parlamentar na área da Previdência Social do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara Federal, chefe de Gabinete dos deputados federais Jaques Wagner, Milton Mendes e Luci Choinacki; coordenadora técnica do Programa de Saúde da Cooperativa Regional Alfa, na região Oeste de Santa Catarina.
É graduada em Enfermagem e Obstetrícia, especialista em Saúde Pública e em Planejamento Estratégico Público Participativo.
Necessidade de reação
Para um país cujas Forças Armadas estão em processo contínuo de sucateamento, o ápice da sandice é escolher uma obstetra para dar ordens aos militares. O Brasil aproxima-se perigosamente de um golpe a ser perpetrado pelos atuais donos do poder, sem que a população esboce qualquer reação à altura.
É fato que as manifestações populares têm incomodado sobremaneira a presidente Dilma Rousseff e seu bando, mas é preciso ações mais firmes e contundentes para impedir que a democracia seja atropelada por um projeto criminoso de poder.
Ou os brasileiros reagem a mais essa incursão golpista do governo da ex-terrorista Dilma, ou aceita passivamente mais um capítulo do golpe e joga a toalha.