Crise econômica piora sobremaneira, dólar encosta na casa de R$ 4 e Dilma Rousseff fica sem saída

dolar_48Arrumando gavetas – Enquanto a presidente Dilma Vana Rousseff tenta, desesperada e tardiamente, dar um recado aos brasileiros de que o governo, em meio a uma crise múltipla, decidiu cortar na própria carne, a economia dá novos sinais de que o Brasil avança no processo de deterioração que tira o sono dos cidadãos de bem. Ao mesmo tempo em que trabalhar para anunciar redução do número de ministérios e um novo desenho político para a equipe ministerial, com direito a cortes nos gastos, Dilma vê a economia despencar.

De olho na crise economia e na instabilidade política, que só crescem, o mercado de câmbio voltou a exibir, nesta segunda-feira (21), a desconfiança em relação ao País. Apesar de o Banco Central ter realizado leilões no valor de US$ 3 bilhões para conter a disparada do dólar, a moeda norte-americana registrava, às 13 horas, valorização de 0,86%, sendo comercializada por R$ 3,9224.

A valorização do dólar reflete a desconfiança do mercado financeiro, como um todo, em relação à aprovação, pelo Congresso Nacional, das medidas de ajuste fiscal apresentadas pelo governo do PT. A não aprovação das matérias palacianas levaria o País a um novo rebaixamento em seu grau de investimento, piorando ainda mais o já caótico cenário econômico.

No início de setembro, mesmo sendo acusada de precipitação por parte de integrantes do governo, a agência Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito brasileira, o que redundou na retirada do selo de bom pagador. Isso significa que muitos fundos de investimento internacionais, por força das próprias regras, terão de suspender o aporte de recursos no Brasil.

Baile do adeus

Se as outras duas agências de classificação de risco, Fitch Ratings e Moody’s, seguirem o mesmo caminho, ou seja, rebaixarem a nota brasileira, o que reforça a possibilidade de calote, o cenário econômico há de piorar ainda mais.

Diante de um cenário que mostra-se cada vez mais viável, a situação de Dilma Rousseff tornar-se-á mais desconfortável no âmbito de sua permanência no poder. Considerada por muitos como intransigente, reflexo de comportamento truculento e avesso ao contraditório, a presidente paga o preço de suas estabanadas ingerências na condução da política econômica.

Com esse esperado agravamento da crise, Dilma não terá outra escolha que não a renúncia, que pode acontecer muito antes dos primeiros passos de um processo de impeachment.

Mesmo com Dilma afirmando nos bastidores que não renunciará ao cargo, integrantes da cúpula petista já admitem essa possibilidade, caso o pacote de ajuste fiscal não seja aprovado no Parlamento. Considerando que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já avisou que a matéria em questão não entrará na pauta deste ano, cresce a probabilidade de Dilma renunciar, por pressão da sociedade ou dos próprios “companheiros” de legenda.

Em relação a 2016, o pacote de ajuste fiscal dificilmente será votado, pois trata-se de ano de eleições municipais, o que fará com que os políticos não queiram desapontar o eleitoral com medidas que agravam a crise econômica. Restaria ao governo se conformar com a matéria sendo pautada para 2017, o que levaria a malfadada CPMF, se aprovada, a entrar em vigor somente no ano seguinte (2018), ou seja, no apagar das luzes do atual governo.

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