Pizza petista tira Gleisi da Pixuleco II, mas senadora continua atolada na Nessun Dorma e no Petrolão

gleisi_hoffmann_113Escândalo nacional – O ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez carreira no PT a partir de uma amizade canhestra com o ex-ministro José Dirceu de Oliveira e Silva – mensaleiro e “petroleiro” –, de quem foi assessor jurídico na Casa Civil, juntou forças com o ministro Ricardo Lewandowski, nomeado para o STF por indicação da dona Marisa Letícia, mulher do lobista Lula e comadre da mãe do ministro, para tentar tirar os desdobramentos da Operação Lava-Jato das mãos do juiz Sérgio Fernando Moro.

A tentativa de transformar as investigações sobre o Petrolão em pizza focou no caso da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) e em seu envolvimento nos ilícitos investigados pela Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Lava-Jato.

A Pixuleco II investiga desvios de recursos a partir de um esquema de empréstimos consignados, cujo contrato foi firmado com o Ministério do Planejamento è época que em a pasta era comandada pelo marido de Gleisi, o também petista Paulo Bernardo da Silva. Os dois magistrados, Toffoli e Lewandowski, argumentam que o caso da Pixuleco II sairia da alçada das investigações da Lava-Jato por não envolver delitos ligados à Petrobras. Ou seja, a quadrilha e a prática criminosa são as mesmas, mas os ministros preferem fatiar o caso para salvar a senadora.

A tese de Toffoli e Lawandowski, vitoriosa por 8×2 no STF, não tira a senadora Gleisi Hoffmann do foco da Justiça, nem da mira do juiz Sérgio Moro. Se a Pixuleco II será investigada por outro juizado, o envolvimento de Gleisi na Lava-Jato, denunciado por Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef (acusaram a senadora de levar um R$ 1 milhão em propina do Petrolão), continua. A mesma coisa acontece com a Operação “Nessun Dorma”, que investiga as propinas distribuídas pela Engevix para carrear obras superfaturadas na Petrobras, também tem Gleisi Hoffmann como estrela.

A “Nessun Dorma” prendeu José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix. Gleisi foi uma das maiores beneficiárias de empreiteiras ligadas ao Petrolão, sendo que a Engevix foi uma das mais empolgadas doadoras das campanhas de Gleisi. A senadora petista pode ter sido a maior beneficiária em 2010, em uma lista de 119 parlamentares, de doações de campanha feitas por dezessete empresas envolvidas nas investigações da Operação Lava-Jato e no escândalo da Petrobras.

O nome de Gleisi e de outros 118 deputados e senadores, assim como das empresas, constam nas anotações da caderneta de Paulo Roberto Costa, apreendida pela Polícia Federal.

O esquema, segundo as investigações, desviou mais de R$ 10 bilhões dos cofres da petrolífera, sendo que Gleisi recebeu R$ 2,42 milhões – maior valor dos R$ 29,72 milhões doados e anotados por Paulo Roberto Costa. Na lista das dezessete empresas estão: Arcoenge, Alusa, Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Egesa, EIT, Engevix, Galvão, Hope, Iese, Jaraguá, Mendes Júnior, OAS, Queiroz Galvão, Tomé Engenharia, Toyo Setal e UTC.

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