Dólar ignora ações palacianas, ultrapassa os R$ 4,20 e anula profecia boquirrota de Mantega

dolar_25Tiro no pé – Um dos responsáveis pela tragédia econômica que chacoalha o Brasil em todos os seus rincões, o petista Guido Mantega, que comandou o Ministério da Fazenda até ser demitido de forma pífia e vergonhosa, criticou, com direito a deboche, aqueles que apostavam em piora da economia verde-loura caso a “companheira” Dilma Rousseff fosse reeleita.

Em outubro de 2014, faltando poucos dias para o segundo turno da corrida presidencial, Mantega afirmou: “vai quebrar a cara” quem apostar na disparada do dólar e na queda da Bolsa como reflexo da vitória de Dilma nas urnas.

Impossibilitado até mesmo de frequentar os botecos da cidade de São Paulo, sob pena de ser alvo de protestos ruidosos, como já ocorreu, Guido Mantega deve estar arrancando os poucos cabelos que lhe restam diante da disparada da moeda norte-americana, movimento que reflete a desconfiança do mercado no desgoverno da incompetente Dilma.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, em 19 de outubro de 2014, Mantega não apenas zombou dos temerosos com o futuro da economia, como fez duras críticas ao economista Armínio Fraga, que assumiria a Fazenda no caso de vitória do tucano Aécio Neves.

Disse Mantega que Armínio vinha de um trabalho com banqueiros e que seguiria o “manual” neoliberal ortodoxo. “É só ver a prática que os ortodoxos fazem no mundo todo. Ajuste fiscal mais duro, mais rigoroso, mais rápido, significa você derrubar a economia, causar uma recessão. Isso está no manual deles. Se ele mudou, não sei.”

Que Guido Mantega é um desconectado da realidade todos sabem, mas o sonho de ser consultor econômico, após sua desastrada passagem pelo Ministério da Fazenda, tornou-se um enorme e assustador pesadelo. Isso porque Dilma, refém de uma crise econômica sem precedentes, precisou recorrer a banqueiros para tentar salvar o Brasil, o que não está acontecendo. É o caso de Joaquim Levy, que antes de assumir posto no governo integrava o staff do Bradesco.

Levy, único nome respeitável na equipe ministerial, fez exatamente o que Mantega condenou: ajuste fiscal duro, rigoroso e rápido, o que vem derrubando a economia e provocando recessão, apesar das promessas de futuro menos cinzento.

Tão logo a equipe econômica do primeiro governo de Dilma Rousseff começou a tropeçar, principalmente na previsão do PIB, o UCHO.INFO afirmou que a economia brasileira entraria em seara complexa, pois a mistura de recessão com inflação, embalada pela alta do dólar, é uma receita explosiva.

Depois de chegar à casa de R$ 4,24, nesta quinta-feira (24), o dólar registrou um leve recuo, mas nem de longe esse movimento representou um refresco no cenário econômico. Às 12h29, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 4,2111, alta de 1,568% em relação ao fechamento do dia anterior.

Até recentemente, o governo Dilma apostava na valorização do real frente ao dólar para manter sob controle a inflação oficial. Isso porque o dólar baixo permitia a importação de produtos com preços competitivos, em um mercado cuja indústria está em processo de desmoronamento. Agora, com a divisa ianque flanando acima dos R$ 4, a inflação tem motivos de sobra para subir ainda mais. Esse cenário só não se confirmará porque a economia brasileira está em processo recessivo. E sem demanda não há possibilidade de o mais temido fantasma da economia recobrar forças.

Não faz muito tempo, o editor do site afirmou que somente o desemprego e a consequente queda no consumo seriam capazes de aliviar a pressão sobre a inflação. Na ocasião, os palacianos dedicaram-nos críticas das mais variadas, mas o tempo, como sempre, mostrou-se senhor da razão. Não se trata de bola de cristal ou profecia do apocalipse, mas de analisar a economia com responsabilidade, competência e isenção. Somente um desavisado seria capaz de confiar nas milagrosas fórmulas econômicas inventadas por Dilma Rousseff e Guido Mantega.

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