ONU: Dilma abusa da esquizofrenia administrativa e fala sobre crise e corrupção no Brasil

dilma_rousseff_524Camisa de força – Em discurso na manhã desta segunda-feira (28) na abertura da 70ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente Dilma Rousseff afirmou que a economia do Brasil não tem problemas estruturais graves, mas de conjuntura. Ela ainda destacou que o esforço do governo brasileiro para impedir os efeitos da crise de 2008 chegou “ao limite”.

A petista reconheceu que o País passa por um momento de dificuldades, com inflação, recessão e desvalorização da moeda, porém sem se dar conta da sua real gravidade. Dilma afirmou também que a estratégia de crescer com o reforço do crédito e do consumo dos brasileiros chegou ao fim e citou os cortes de gastos propostos recentemente. “Estamos num momento de transição para um novo ciclo de expansão”, afirmou.

Como uma autista, que não percebe que faz parte do mundo à sua volta, a presidente declarou que o Brasil “não tolera e não tolerará a corrupção”. Ela comentou também sobre a investigação de casos de corrupção, como a feita na Operação Lava Jato e cobrou dos governantes um comportamento “sem excessos”.

Dilma disse que espera que os juízes atuem livremente e não julguem ao sabor de paixões partidárias, e defendeu a liberdade de imprensa e de manifestação. No final, citou o ex-presidente uruguaio José Mujica, para quem “a democracia não é perfeita, mas deve ser aperfeiçoada”.

Tentando fazer bonito, a petista começou seu discurso cobrando dos líderes de países presentes que permitam o livre trânsito de refugiados. A fala rendeu aplausos. “Em um mundo onde circulam, livremente, mercadorias, capitais, informações e ideias, é absurdo impedir o livre trânsito de pessoas”, discursou.

A presidente brasileira também pediu o fim do embargo à Cuba e a criação do Estado da Palestina. “Não se pode postergar a criação de um estado palestino que conviva pacificamente com Israel”.

Oposição reage às mentiras presidenciais

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) diz que a fala de Dilma é mais um exemplo claro da mentira e da desfaçatez que tomou conta do Palácio do Planalto. “Ela vai à ONU e, na maior desfaçatez, diz que seu governo não tolera a corrupção como se todos lá não soubessem que milhões de brasileiros foram as ruas justamente para protestar contra os governos corruptos do PT”, criticou o parlamentar.

Para Rubens Bueno, está claro que o PT montou em toda a máquina do Estado uma estrutura para desviar dinheiro dos cofres públicos para abastecer o partido e seus aliados. “No governo Lula, toda a cúpula do PT caiu por envolvimento no mensalão. Não satisfeitos, ampliaram o esquema com o petrolão, que atuou até pouco tempo no centro do governo de Dilma. Como a presidente pode dizer que seu governo não tolera a corrupção. A operação Lava Jato está mostrando que não só tolera como planeja e incentiva”, afirmou Rubens Bueno.

O líder do PPS ainda considerou fantasioso o trecho do discurso em que Dilma abordou a crise econômica no Brasil. Ela afirmou que por seis anos o Brasil buscou barrar as consequências da crise financeira mundial, evitando que os efeitos se abatessem sobre o país. Disse que o governo adotou medidas como a redução de impostos e a ampliação do crédito. “Esse esforço chegou a um limite tanto por razões fiscais internas como por aquelas relacionadas ao quadro externo”, afirmou Dilma na ONU.

Na verdade, afirma Rubens Bueno, a crise que atinge o Brasil tem como causa, entre outros pontos, o desdém e a incompetência com que o governo tratou a situação econômica no país. “Primeiro o presidente Lula tratou a crise econômica como ‘marolinha’ e não tomou as medidas que deveriam ser tomadas naquele momento, apostando única e exclusivamente na expansão irresponsável no crédito para incentivar o consumo. Depois, para se reeleger, a presidente Dilma gastou mais do que podia, inchou a máquina com aliados ao ponto de chegar a 39 ministérios, promoveu maquiagens contábeis nas contas do governo e ainda permitiu superfaturamentos bilionários nas principais obras do país. O resultado está aí: Orçamento com déficit, alta da inflação, aumento do desemprego, juros na estratosfera, queda na arrecadação, dólar em disparada, aumento do endividamento das famílias, queda na produção industrial e, como sempre, elevação de impostos”, condenou o líder do PPS. (Danielle Cabral Távora e Ucho Haddad)

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