Reforma ministerial: Mercadante na Educação, Aldo Rebelo na Defesa e Jaques Wagner na Casa Civil

palacio_planalto_11Curto-circuito – Refém em último grau do PMDB, que continua voraz na conquista de espaço no governo, Dilma Rousseff não mais se envergonha de atuar como marionete de luxo de Luiz Inácio da Silva, o agora comprovado lobista de empreiteira. Depois de bater o pé e garantir a permanência do “companheiro” Aloizio Mercadante no comando da Casa Civil, a presidente da República cedeu à pressão de Lula e do PT. Mercadante deixará a Casa Civil, que deve passar para o comando do também petista Jaques Wagner, que por certo é mais “jeitoso” na condução das articulações políticas.

Homem de confiança da presidente Dilma, o que reforça sua conhecida incompetência, Mercadante não deixará o governo petista, podendo ser contemplado com um das pastas que comandou antes de chegar à Casa Civil: Educação e Ciência e Tecnologia. Para acomodar Aloizio Mercadante, a presidente terá de demitir Renato Janine Ribeiro, titular da pasta, um acadêmico sem filiação partidária e que chegou há pouco tempo no desgoverno petista.

A ida de Mercadante para a Educação representa a continuidade da tragédia, já que um dia a pasta foi capitaneada pelo incompetente Fernando Haddad, atual prefeito de São Paulo, a quem Lula chamou de maior ministro da história brasileira.

Para não perder o apoio do PCdoB, Dilma deve transferir Aldo Rebelo para o Ministério da Defesa, manobra que contraria a caserna por conta das ideologias do eventual novo ministro. Por sua vez, Jaques Wagner, que deve assumir a Casa Civil, deixa a Defesa a reboque de um imbróglio que movimentou a caserna. Durante viagem oficial ao exterior, Wagner foi surpreendido por medida que tirava dos comandantes militares alguns poderes, os quais foram restituídos após pressão da opinião pública e muita inquietação nos bastidores das Armas.

A dança de cadeiras que deve ser confirmada na quinta-feira (1) mostra de forma clara que a anunciada reforma ministerial, com direito à redução de pastas (a promessa era cortar dez ministérios), é mais um engodo com a chancela estelar do PT palaciano. Isso porque Lula convenceu sua pupila a desistir da ideia de cortar ministérios, pois, na opinião do ex-metalúrgico, é preciso comprar a consciência dos parlamentares aliados na tentativa de barrar eventual processo de impeachment no Congresso Nacional.

A pior e mais temerosa decisão nesse novo desenho da Esplanada dos Ministérios fica por conta da entrega da Saúde para o PMDB da Câmara dos Deputados. O petista Arthur Chioro, ainda ministro, mas demitido por telefone, disse que em 2016 a saúde pública brasileira enfrentará um caos. Ora, se Dilma foi informada desse cenário que se aproxima, o melhor seria manter Chioro no cargo ou pinçar o nome de um especialista na área para minimizar o estrago.

Na contramão da lógica, Dilma preferiu seguir o conselho estapafúrdio do lobista Lula e colocou o Ministério da Saúde sobre o balcão de negócios. Apesar de a indicação do PMDB da Câmara balançar entre dois nomes – Manoel Júnior (PB) e Marcelo Castro (PI) – o partido está interessado em apenas dois pontos: o orçamento e a capilaridade política da pasta. Dono do maior orçamento no âmbito ministerial, a Saúde tem pelo menos um representante em cada município brasileiro. Situação que permitirá ao PMDB crescer nas eleições municipais de 2016.

Quanto à saúde dos brasileiros, que continuam morrendo nas filas dos hospitais à espera de atendimento, que tenham paciência, pois Dilma Vana Rousseff aniquilou o País e quer empurrar a conta para aqueles que nada têm a ver com sua lambança. Enfim, como disse certa feita um conhecido e gazeteiro comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”.

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