Novo ministro da Saúde surta e afirma que “população não vai nem sentir a CPMF”

dinheiro_43Piada pronta – Nesta sexta-feira (2), o peemedebista Marcelo Castro (PI), novo ministro da Saúde, defendeu a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) logo após ser anunciado como o novo ocupante do cargo, em substituição ao petista Arthur Chioro, que foi demitido por telefone. Castro, que defende que a CPMF seja “permanente”, afirmou que o tributo é o “melhor imposto que existe”, que a população “não vai nem sentir” o impacto do novo tributo e que a sociedade estaria disposta a fazer esse “sacrifício” para ter mais qualidade na saúde.

Marcelo Castro faz parte da cota do PMDB (bancada da Câmara dos Deputados), que ampliou a sua participação no governo da petista. De seis ministérios, o PMDB passou a ocupar sete.

Ao falar sobre a necessidade de obter mais recursos para a Saúde, o peemedebista defendeu a recriação do novo tributo. “A CPMF é o melhor imposto que existe. Porque ele tem uma baixa alíquota, ele é ‘insonegável”. Ele não gasta nada para ser arrecadado. É [custo] zero para ser arrecadado e arrecada um volume grande sem onerar ninguém”, “custo zero” para o governo, mas bem oneroso para a população, que não aguenta mais pagar impostos.

O novo ministro, aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a população não sentirá os efeitos da CPMF. “Se você chegar para um trabalhador que ganha R$ 1 mil e dizer que ele vai contribuir com R$ 2 para poder ter direito a ter uma saúde melhor. Acho que todo brasileiro estaria disposto a contribuir. Não sente”, afirmou.

O peemedebista defende que a nova CPMF tenha uma alíquota de 0,20% sobre movimentações financeiras. “Nossa proposta é continuar com a mesma alíquota de 0,20% e arrecadar o dobro, vamos cobrar no débito e no crédito”, destacou.

Castro acredita que o novo imposto seria “impopular”, mas afirmou que o melhor é que o imposto perdesse o caráter “provisório” e fosse permanente. “A minha tese, o meu ponto de vista, não é do governo, é que ele seja permanente”, disse Castro. Segundo ele, o governo federal ficaria com 50% do valor arrecadado e o restante seria dividido igualmente entre Estados e municípios.

A recriação da CPMF é um dos pontos mais polêmicos do pacote de ajuste fiscal que o governo tenta aprovar no Congresso Nacional. Líderes de partidos de oposição já se manifestaram contra a recriação do tributo.

No mês passado, um grupo de parlamentares lançou um movimento contra a volta da CPMF. O grupo argumenta que a carga tributária no Brasil já elevada demais para a recriação de mais um imposto.

Os ex-ministros Arthur Chioro e Renato Janine Ribeiro (Educação) estiveram presentes ao anúncio dos novos integrantes do ministério de Dilma Rousseff, mas não falaram com a imprensa. Apesar de terem sido demitidos, não aparentavam desconforto durante a cerimônia. A dupla cumprimentou os convidados e trocou abraços com os novos ministros. (Danielle Cabral Távora)

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