No elenco do Petrolão e investigada na Lava-Jato, Gleisi resolve lançar suspeição sobre ministro do TCU

gleisi_hoffmann_114Óleo de peroba – Atolada na lama do Petrolão, onde foi alvo das primeiras denúncias por levar R$ 1 milhão em propina, estrela da Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Operação Lava-Jato, envolvida na Operação Nessun Dorma, décima nona fase da mesma operação, Gleisi Helena Hoffmann deveria estar dando explicações aos brasileiros e paranaenses, especialmente àqueles que votaram na petista para senadora pelo Paraná.

Em vez disso, como fosse impávido colosso ético, a bordo de mais um surto delirante e com sua conhecida face lenhosa, a senadora paranaense colocou em xeque o direito do presidente ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), de julgar as contas e as “pedaladas fiscais” da presidente Dilma Rousseff referentes a 2014. O ministro do TCU, segundo Gleisi, seria um “golpista” porque deve aplicar a lei e reprovar as contas de Dilma. A reprovação das contas da presidente abre as portas para um processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

Em mais um discurso de encomenda na tribuna do Senado Federal, Gleisi, que agora tenta se passar por “Joana D’Arc das Araucárias”, não poupou palavras para, a reboque de palavrório ensaiado, afirmar: “É uma postura, no meu entender, golpista, somando-se aos esforços de grupos e partidos que militam pelo afastamento da presidenta da República, inconformados com sua vitória legítima nas últimas eleições”.

Como se o seu partido, o PT, não estivesse à frente de um projeto totalitarista de poder, o que por si só configura tentativa de golpe, Gleisi Hoffmann foi adiante e disparou: “Só há um lugar na história para o ex-deputado Augusto Nardes: ao lado de golpistas que conspiram contra a democracia. Menos, ex-deputado Nardes, menos entrevistas e mais responsabilidade”.

A insana verborragia de Gleisi dá uma boa medida do estado lastimável a que chegou o PT, que precisou recorrer a uma senadora, envolvida em um cipoal de graves denúncias de corrupção, para fazer a defesa da presidente da República. Uma situação que sugere, até mesmo aos mais incautos, que o desgoverno de Dilma Rousseff está órfão daqueles que o defendam.

Além da propina recebida do Petrolão, o maior esquema de corrupção da história moderna, e do envolvimento na Pixuleco II e na Nessun Dorma, descobriu-se, na última semana, a partir de e-mails apreendidos na Odebrecht, que Gleisi promovia reuniões com empreiteiras na Casa Civil, à época em que era ministra (2012-1014). A maioria dessas empresas tem seus presidentes ou controladores presos na Lava-Jato, sendo que todas as empreiteiras eram generosas doadoras das campanhas da desconexa Gleisi. A situação da senadora é precária e insustentável, mas à presidente Dilma restou esse tipo de aliado para se agarrar.

Muito antes de tecer qualquer crítica ao ministro Augusto Nardes, relator do processo das “pedaladas fiscais”, Gleisi deveria se encher de coragem e explicar aos brasileiros de bem a decisão de indicar o pedófilo Eduardo Gaievski, seu “companheiro” de legenda, para cargo de confiança na Casa Civil, onde permaneceu até fugir da polícia. Preso e já condenado a mais de cem anos de prisão por inúmeros estupros de menores, inclusive de vulneráveis (menores de 14 anos), Gaievski, que deve ser condenado em outros processos idênticos, foi escalado pela então chefe da Casa Civil para comandar os programas federais dedicados a jovens e adolescentes. Ou seja, uma raposa tomando conta do galinheiro.

Em suma, Gleisi é um fiasco político conhecido que usa o mandato eletivo para tentar intimidar terceiros, como se sua fala mansa e rasteira amedrontasse. Por cobrar, há anos, explicações sobre a indicação do pedófilo Gaievski para um cargo de confiança no Palácio do Planalto, a senadora petista resolveu processar o editor do UCHO.INFO na tentativa de intimidar e calar um dos mais respeitados veículos da imprensa livre.

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