Requião banca a Rainha de Copas, “corta a cabeça” de adversários e é acusado de “senilidade hostil”

roberto_requiao_11Camisa de força – Ainda está para nascer quem conseguirá conhecer o senador Roberto Requião (PMDB-PR) pelo equilíbrio ou pela prudência. Ao contrário, Requião, que é conhecido no Paraná pela alcunha de “Maria Louca”, avançou na carreira na política fazendo o gênero alucinado, autoritário e bravateiro. O que acontece de diferente é que o estilo “mussoliniano” não faz mais sucesso até mesmo entre seus mais antigos e leais aliados.

Na última semana, em mais uma tentativa de remover obstáculos para transformar o filho, Maurício Thadeu de Mello e Silva, que atende pelo codinome de Requião Filho, em candidato a prefeito de Curitiba, pelo PMDB, o senador paranaense promoveu um “putsch” no partido e expulsou o ex-governador Orlando Pessuti, aliado histórico que, como costuma acontecer, tornou-se inimigo visceral. O golpe contra Pessuti, bem ao estilo truculento de Requião, foi marcado por irregularidades e ilícitos, mas deve ser revertido na Justiça.

O secretário-geral do PMDB de Curitiba, Doático Santos, outro ex-aliado de Requião, assina artigo em que denuncia os efeitos nefastos do senador sobre o PMDB. “Em 2010, levou o partido à derrota para o governo do estado, ainda no primeiro turno, impondo a candidatura de Osmar Dias que teve como vice, Rodrigo Rocha Loures. Em 2012, levou o partido à derrota na eleição de Curitiba, ainda no primeiro turno, impondo a candidatura de Rafael Greca”.

“Naquela eleição tínhamos dois vereadores na capital, elegemos um”, contabiliza. “Em 2014, levou o partido à derrota para o governo do estado, impondo a candidatura dele próprio, Roberto Requião”, continua. “Agora, constrange inclusive aliados, ao impor sua candidatura à presidência do diretório estadual do PMDB. Apresentando características claras de senilidade hostil, quer utilizar o partido para continuar cuspindo ódio contra todos os que não aceitam o bestiário que despeja a torto e a direito”, fulmina.

A sanha do clã Requião pelo poder não é nova e largamente conhecida pelos eleitores paranaenses, que com o passar do tempo perceberam quem é o fanfarrão da terra das araucárias. Querendo estender os tentáculos da família na seara política, Requião aceitou ser obediente ao Palácio do Planalto para emplacar o irmão, Maurício Requião, como conselheiro da Itaipu (R$ 26 mil mensais, com obrigação de comparecer a uma reunião por mês). Mas a obsessão do senador peemedebista pelas chamadas “bocas ricas” não para. Tanto é assim, que Requião convocou, há meses, o vice-presidente da República, Michel Temer, para “abençoar” a pré-candidatura do filho à prefeitura da capital paranaense.

Para quem não se recorda, em 2011 a direção-geral da Câmara dos Deputados determinou a exoneração de Maurício Thadeu de Mello e Silva, filho de Requião. Maurício, que carrega o mesmo nome do tio, era chefe de gabinete do deputado federal João Arruda (PMDB), sobrinho de Requião. Arruda acatou a ordem e de chofre dispensou o primo.

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