Desculpa inaceitável – O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, declarou na terça-feira (6) que o Pentágono “lamenta profundamente” as mortes registradas em um ataque de sua aviação contra um hospital da organização Médico Sem Fronteiras (MSF) na cidade afegã de Kunduz.
“A investigação sobre como isso ocorreu ainda continua e estamos apoiando por completo a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e as investigações afegãs a respeito”, destacou Carter em um comunicado divulgado à imprensa.
O general John Campbell, chefe da missão da OTAN no Afeganistão, admitiu diante da Comissão das Forças Armadas do Senado americano que o bombardeio, que matou 22 pessoas, foi um “erro” e partiu de dentro do comando norte-americano. “Um hospital foi atingido por erro”, ressaltou o general. “Nunca apontaríamos intencionalmente contra uma instalação médica protegida”.
O discurso de Campbell aconteceu três dias após o ataque aéreo. Na última segunda-feira, o militar havia dito que o ataque aéreo foi um pedido das forças afegãs que relataram estar em conflito com o grupo terrorista Taleban.
Ainda na terça-feira, a MSF afirmou considerar “contraditórias” as explicações dadas no dia anterior pelo Pentágono, atribuindo a responsabilidade ao Exército afegão. A organização voltou a pedir uma investigação “independente e transparente” para apurar o “crime de guerra”.
A OTAN espera conhecer todos os detalhes da investigação que abriu sobre o ataque para poder chegar a uma conclusão sobre o ocorrido, disse o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.
“O trágico incidente (em Kunduz) é um assunto sério e por isso é importante colocar todos os fatos sobre a mesa”, disse Stoltenberg em coletiva de imprensa. Ele ainda destacou a necessidade de uma investigação “completa e minuciosa” realizada “de maneira transparente”. (Danielle Cabral Távora)