Lulinha: líder do PPS quer confirmação da PGR, prorrogação de CPI e convocação do filho de Lula

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Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara dos Deputados, encaminhará na terça-feira (13) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedido para confirmar o teor da delegação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, acusado de ser operador de parte do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. Baiano teria afirmado que pagou cerca de R$ 2 milhões em contas de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT).

Além disso, o parlamentar pedirá a prorrogação dos trabalhos da CPI da Petrobras, cujo previsto está previsto para o próximo dia 23 de outubro. “Queremos Lulinha depondo na CPI e isso só será possível com a prorrogação. Também é urgente uma reviravolta nos trabalhos da comissão, que até agora caminha a reboque dos trabalhos da operação Lava-Jato. Quando pedimos a CPI, nossa intenção era investigar os agentes políticos do esquema, mas infelizmente isso não vem acontecendo. É preciso prorrogação com reviravolta”, defende Rubens Bueno.

O deputado paranaense lembrou ainda que o cerco a Lulinha também está sendo feito em outras comissões. “Temos também requerimentos na CPI do BNDES e na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Ele precisa ser ouvido o mais rápido possível até porque não é a primeira vez que seu nome aparece vinculado a tramoias”, justificou o líder do PPS.

Além de Lulinha, também seriam alvos da delação de Fernando Baiano, já homologada pelo ministro Teori Zavascki (STF), os ministros da Educação, Aloizio Mercadante, e da Comunicação Social, Edinho Silva. “Precisamos de confirmação oficial e o procurador, que já atendeu pedido semelhante do PSOL com relação das contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deve responder nosso questionamento”, disse o deputado, lembrando que após a confirmação de Janot a oposição decidiu defender o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo.

Independentemente da defesa que faz em relação à saída de Cunha, a oposição questiona o procurador-geral sobre eventual investigação seletiva em relação ao presidente da Câmara, já que até agora nenhum petista com mandato foi alvo de devassa por parte das autoridades.

Não se trata de defender Eduardo Cunha, mas de defender tratamento isonômico a todos os que estão na mira da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que desmontou o Petrolão, o maior esquema de corrupção da história moderna. A desconfiança em relação ao caso de Cunha faz sentido, pois o peemedebista pode decidir na terça-feira (13) sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Não custa lembrar que, em agosto passado, a presidente da República recebeu a cúpula do Judiciário em um jantar no Palácio da Alvorada, encontro do qual participou o procurador Rodrigo Janot. Fora isso, Dilma reuniu-se com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, na cidade portuguesa do Porto. O encontro não estava na agenda oficial da petista, ao passo que Lewandowski deixou um evento em Coimbra para encontrar-se com Dilma. Considerando que cabem à presidente da República indicar os integrantes do STF e o procurador-geral, todo cuidado é pouco.

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