Negociação entre o governo e Eduardo Cunha é ação criminosa comandada por delinquentes políticos

dilma_rousseff_1011

A anunciada negociação entre o governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é tão absurda quanto à sugestão da petista Dilma Rousseff para que se desenvolva uma tecnologia para estocar vento. Não se trata de afirmar que a negociação é mais uma obra de ficção no cenário político nacional, pois ambos os lados [governo e Cunha] nada têm para entregar nesse escambo ilusionista e criminoso.

Nos últimos dias, Cunha iniciou conversação com o Palácio do Planalto, diálogo que tem no cardápio o represamento de um pedido de impeachment contra Dilma e um alívio no calvário do presidente da Câmara.

Se o governo ofereceu a Eduardo Cunha algum refresco na difícil e irreversível situação que o peemedebista enfrenta desde o anúncio de suas contas secretas na Suíça, o Brasil está diante de um crime sem precedentes, que exige a imediata saída da população às ruas. O futuro de Cunha está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que não podem se render aos escusos interesses palacianos. Por outro lado, o governo pode estar “vendendo” ao deputado aquilo que não tem para entregar, caso a PGR e o STF desconheçam essa negociata, algo pouco provável.

A única “carta na manga” que o Planalto tem para oferecer nessa negociação é garantir a Cunha que, por meio do PT, um pedido de cassação do mandato do peemedebista, requerido pelo PSOL e Rede, não chegará ao plenário da Câmara. Com isso, Cunha permaneceria no comando da Casa por mais algum tempo, podendo, inclusive, se licenciar do cargo para embolar ainda mais o processo. Contudo, não se pode esquecer que 32 deputados do PT apoiaram a representação protocolada no Conselho de Ética.

No contraponto, Cunha teria de colocar em compasso de espera os pedidos de impeachment contra Dilma que aguardam análise do presidente da Câmara. Se isso acontecer, o Brasil estará diante de um golpe arquitetado pelo PT com o apoio explícito e criminoso do PMDB, o que de chofre exige uma reação imediata das autoridades do Judiciário, pois não se pode aceitar a institucionalização da corrupção e do desrespeito patente das leis.

Não importa qual seja o resultado da conversa entre o governo e Eduardo Cunha, uma vez que o futuro de ambos já está selado, a não ser que o processo de “bolivarianização” do Brasil esteja mais avançado do que a sociedade imagina.

A Operação Lava-Jato abriga em seu escopo investigatório mais de trezentas pessoas, as quais precisam ser convencidas acerca de qualquer medida estapafúrdia para beneficiar o presidente da Câmara, assim como o Legislativo e a opinião pública precisam endossar essa bisonha operação de salvamento de Dilma, que ultrapassa com folga os limites do aceitável e da legalidade.

O Brasil vive uma crise múltipla e sem precedentes, como tem afirmado o UCHO.INFO, por isso faz-se mais necessária e premente uma reação popular de peso diante do estado de coisas e do caminho que os marginais do poder tentam impor ao País. Essa brincadeira de delinquentes políticos há de cessar no momento em que a Procuradoria-Geral da República pedir o imediato afastamento de Cunha e sua prisão preventiva, o que precisa ser acolhido e deferido pelo Supremo.

Resumindo, o que os interlocutores de Dilma e Eduardo Cunha negociam é, na verdade, é a forma de perpetrar o golpe, até porque para os envolvidos esse é um caminho sem volta. Enquanto isso, a oposição continua a acreditar em promessas vãs de políticos inescrupulosos.

apoio_04