Enquanto acumula cada vez mais indícios de envolvimento no escândalo do Petrolão e é investigada na Operação Lava-Jato como uma das principais “estrelas”, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) continua sendo um exemplar do que existe de pior na política brasileira.
Um exemplo dessa malignidade política surgiu no encontro da juventude do PT do Paraná, ocorrido no último final de semana, para eleição da nova direção estadual. Não se ouviu um pio ao menos sobre o corte de quase R$ 10 bilhões na educação, a greve nas universidades federais ou a tentativa de “acórdão” com Eduardo Cunha contra o impeachment.
O silêncio da juventude do PT estava longe de ser inocente. A grande vedete do evento foi a senadora Gleisi Hoffmann, envolvida no Petrolão e uma das maiores defensoras das “pedaladas fiscais” de Dilma, que, entre outras coisas, colocaram o País em situação na qual os maiores perdedores são justamente os jovens, que veem o desemprego aumentar, e os mais pobres, que sofrem com cortes nos programas sociais e a alta resistente da inflação. Gleisi jogou pesado para obrigar os descontentes com os cortes brutais nas verbas para educação.
Em tempo: a eleição da direção da juventude petista no Paraná ficou novamente nas mãos da CNB, corrente interna do partido comandada por Gleisi e seu marido Paulo Bernardo da Silva. Para aqueles petistas que ainda se preocupam com coisas como educação e saúde, só restou espernear com o resultado.
Na ocasião, a senadora Gleisi Hoffmann também foi célere ao criticar as viagens de adversários políticos paranaenses em missão oficial, mas, até hoje não explicou a utilização do avião da FAB para deslocamento de Brasília para Curitiba, quando era ministra da Casa Civil, para depois participar de eventos políticos-partidários no interior do Paraná.
Em agosto de 2013, na época em que já pré-candidata ao governo do Paraná, Gleisi esteve em Toledo e utilizou um avião alugado pelo PT. A petista foi à cidade acompanhada do vice-presidente do Banco do Brasil, Osmar Dias, para o lançamento do “Plano Safra” e entrega de máquinas agrícolas.
O deputado Fernando Francischini, na ocasião, solicitou detalhes da viagem. Para ele, a atitude de Gleisi caracterizou improbidade administrativa ou crime eleitoral. “Se ela foi para um evento oficial, não deveria gastar dinheiro do fundo partidário para a viagem. Se foi para participar de um ato político, desvirtuou sua função de ministra”, disse.
Francischini aponta que, apesar de ter utilizado verbas do partido para o deslocamento até Toledo, Gleisi requisitou um avião oficial para o deslocamento Brasília-Curitiba e para o retorno da capital paranaense a Brasília. No registro de viagens do Comando da Aeronáutica, o motivo da viagem é classificado como “a serviço”.
O cardápio oferecido a Gleisi e outros ministros nas viagens era mais do requintado. Digno de voos de 1ª classe em linhas aéreas internacionais. Só uma empresa, a RA Catering, recebeu R$ 1,7 milhão do governo em 2013 para oferecer um cardápio sofisticado: caviar, carne de coelho assada, pato, lagosta, camarão, picanha e rã.