Requião comemora 50ª viagem internacional; em quatro anos senador viajou 6 meses às custas do erário

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O senador Roberto Requião (PMDB-PR) está em Cali (Colômbia) comemorando sua quinquagésima viagem internacional sob as expensas do Senado Federal. As viagens de Requião são pagas pelo erário e o peemedebista é considerado, entre os senadores, o campeão em périplos internacionais.

Ao longo de quatro anos e nove meses de mandato, Requião passou seis meses viajando e já gastou R$ 568,1 mil (valores não atualizados) em despesas de locomoção, hospedagem, alimentação e passagens áreas. O senador paranaense embolsou também diárias de viagens quando se ausentou do País. Apesar de viajar sempre na 1ª classe, hospedar-se nos mais caros hotéis e comer nos melhores restaurantes, mal desembarca do avião e Requião se põe a defender a Carta de Puebla, documento da Igreja Católica que recomenda a opção preferencial pelos pobres.

Nas viagens, em meio à ladainha sobre seu amor pelos desvalidos e críticas às altas taxas de juro, Requião costuma jactar-se, em postagens no Twitter – no mais puro “non sense” – do desfrute a que se entrega de vinhos caros e refeições sofisticadas em restaurantes e hotéis luxuosos, que recomenda vivamente a seus seguidores na rede social. Ou seja, a se acreditar no que diz, como bom populista, adora pobres, mas detesta qualquer coisa que lembre a pobreza.

Requião viaja às custas do Senado (muitas vezes para roteiros badalados na Europa) usando o pretexto de ser membro do Parlasul (Parlamento do Mercosul) – um dos órgãos que o presidente do Parlamento brasileiro, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugeriu a extinção porque “não serve absolutamente para nada”.

Uma das viagens ‘importantíssimas’ de Requião foi em junho a Venezuela, onde ele e a comitiva chapa-branca respaldaram as ações violentas da ditadura do socialista boquirroto Nicolas Maduro e questionaram as denúncias de senadores brasileiros que foram hostilizados no país sul-americano pela truculenta guarda política do tiranete, quando tentavam visitar presos políticos.

Até 2014, Requião fez 34 foram para o exterior. A maior parte, 21, foi para atividades referentes à sua participação no Parlasul. Nos últimos quatro anos, Requião foi o presidente da representação brasileira no parlamento e atualmente exerce o cargo de vice-presidente. Outras cinco viagens foram feitas pelo senador como representante brasileiro na Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana.

O Uruguai, sede do Parlasul, foi o país mais visitado por Requião. Foram 13 viagens para o país vizinho. Ele participou de atividades relacionadas a essa instituição em outros cinco países latino-americanos, nem todos filiados ao Mercosul, e também na Bélgica e na Suécia. Ao todo, ele passou por 21 países da América, da Europa e da Ásia. Ele também foi reembolsado por atividades no Rio de Janeiro.

A preferência de Requião pelo turismo a custo do bolso do contribuinte não é de hoje. Em outubro de 2008, o jornal “Gazeta do Povo” levantou que o ex-governador do Paraná realiza uma viagem internacional a cada 76 dias, em média. “A frequência dos compromissos no exterior fez com que Requião, desde que assumiu o governo, em 2003, deixasse o Brasil 28 vezes para visitar 15 países diferentes, em três continentes. Os principais destinos foram Argentina, Estados Unidos e França”.

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