Operação financeira em Liechtenstein comprou o silêncio de chantagista do caso Celso Daniel

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Deflagrada pela Polícia Federal em março de 2014 e desde então nas manchetes diárias da imprensa nacional, a Operação Lava-Jato deve esquentar nos próximos meses, principalmente com uma ação que poderá levar ao cárcere alguns figurões da política brasileira. Isso porque uma operação financeira que passou por Liechtenstein está sendo analisada minuciosamente pelas autoridades, que há muito tentam decifrar um enigma que nasceu em Santo André.

Um dos principais delatores da Lava-Jato, que revelou à força-tarefa da operação um sem fim de informações em troca de redução de pena, está prestes a esclarecer o enxadrismo criminoso que emoldurou uma manobra que, como outras tantas, sangrou os cofres da Petrobras.

A operação financeira realizada no principado fincado nos Alpes, entre a Áustria e a Suíça, pode acabar com uma polêmica que perdura no Brasil desde o brutal assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, no ABC paulista, à época cotado para ser o coordenador da campanha de Lula, em 2002, e também para assumir o Ministério da Fazenda em caso de vitória do ex-metalúrgico.

A cúpula do PT, desde o trágico episódio, defende a tese de crime comum, mas quem conhece o caso sabe que tudo não passou de uma ação criminosa para eliminar alguém que transformou-se em empecilho no caminho que levaria o partido ao poder central. Celso Daniel, que foi conivente com a corrupção no próspero município da Grande São Paulo, em dado momento passou a discordar da destinação dada ao dinheiro da propina cobrada de empresários locais. Em vez de alimentar o caixa da campanha de Lula, o dinheiro sujo serviu para que alguns “companheiros” mudassem de vida e comprassem confortáveis casas de veraneio.

Os bastidores da morte de Celso Daniel assustam quem não está acostumado a lidar com a frieza do submundo da política, onde o poder vale muito mais do que a vida humana. Por conta desses detalhes sórdidos que emolduraram o assassinato do então prefeito é que alguém resolveu fazer chantagem para que a verdade sobre o caso não fosse revelada.

Muito se falou sobre o tema nos últimos anos, sem que até o momento a real versão dos fatos viesse à tona, mas um interlocutor do UCHO.INFO, que conversou reservadamente com o editor do site, garantiu ter visto em Liechtenstein vários documentos relativos a uma operação financeira no valor de R$ 50 milhões, decorrente do escândalo do Petrolão, realizada para comprar o silêncio do chantagista que conhece detalhes minuciosos do assassinato de Celso Daniel.

A operação financeira só foi descoberta porque um dos delatores da Lava-Jato decidiu revelar a verdade, uma vez que o dinheiro usado na manobra saiu do amontoado de dinheiro imundo que escorreu dos cofres da Petrobras. Isso significa que as autoridades brasileiras têm conhecimento das entranhas de mais um capítulo do cipoal criminoso em que se transformou o Petrolão, não sendo descartada a possibilidade de, em breve, ser deflagrada a Operação Apocalipse.

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