Na quinta-feira (22), a chancelaria russa informou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, entregou ao governo de Moscou mapas com as posições do Estado Islâmico (EI) e de outros grupos jihadistas na Síria.
“Efetivamente, Jimmy Carter se dirigiu a nós com a proposta de nos enviar mapas em poder de seu centro (Centro Carter) sobre as atuais posições dos grupos em combate na Síria”, declarou Maria Zakharova, porta-voz da chancelaria russa. Esses mapas “incluem as posições das forças governamentais, do EI e de outros grupos”.
“Os dados recebidos não são secretos. A maioria está publicada no site do Centro Carter. Seja como for, recebemos com gratidão o gesto do ex-presidente americano”, afirmou.
A diplomata ainda destacou que, “evidentemente, (Carter) defende a união de esforços na luta contra o terrorismo e está preocupado com o destino do povo sírio”.
“Certamente, do nosso ponto de vista, seria mais lógico e eficaz se tal postura construtiva fosse tomada por quem em Washington tem toda a informação a respeito”, disse.
A Rússia deveria receber informação “de outro senhor Carter, o atual ministro da Defesa dos EUA, Ashton (Carter), afirmou Zakharova.
“Infelizmente, no Pentágono não só resistem à proposta de trocar dados sobre os alvos do EI na Síria, mas também se mostram reticentes em cooperar, por exemplo, em assuntos humanitários”, indicou.
Jimmy Carter, que revelou conhecer “muito bem” o presidente russo, Vladimir Putin, enviou semana passada uma mensagem ao chefe do Kremlin perguntando se queria “uma cópia de nosso mapa para que possa bombardear com maior precisão na Síria”.
“Portanto, no futuro, se a Rússia não alcançar os alvos corretos, vocês saberão que não é culpa de Putin, mas minha”, reforçou o ex-presidente norte-americano, que disse compartilhar com o líder russo a paixão pela pesca.
Carter, de 91 anos, presidente democrata dos Estados Unidos entre 1977 até 1981, em 2013 afirmou ser “desnecessária” a intervenção militar dos EUA na Síria.
Já o chefe do Pentágono assegurou que os Estados Unidos não estão dispostos a cooperar com a Rússia nas estratégias contra o terrorismo na Síria.