Lava-Jato: três delatores referendados pelo STF já apontaram o envolvimento de Gleisi no esquema

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A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) está a conviver com um recorde nada edificante. Aos menos três colaboradores premiados da Operação Lava-Jato, com delações homologadas pelo Supremo Tribunal Federal, o que indica o alto grau de credibilidade das denúncias, apontando o envolvimento direto da petista nos esquemas criminosos investigados no âmbito do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história. Indiferente às denúncias e às evidências identificadas pela Polícia Federal, Gleisi continua a proclamar inocência e a defender os desmandos da presidente Dilma Rousseff.

O último a apontar Gleisi como beneficiária financeira foi o ex-vereador do PT de Americana, Alexandre Romano. Conhecido como Chambinho, o petista ratificou o que já havia indicado à Polícia Federal quando foi preso pela Operação Lava-Jato, em agosto passado. Que a senadora Gleisi Hoffmann e o marido, o ex-ministro do Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), se beneficiaram financeiramente do esquema investigado pela Operação Pixuleco II, décima oitava fase da Lava-Jato.

Os primeiros a apontarem o envolvimento de Gleisi no Petrolão foram os delatores Alberto Youssef, conhecido doleiro, e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Justamente a dupla que abriu as comportas para que um tsunami de denúncias de corrupção alcançasse o governo do PT.

A denúncia de Youssef, que já completou um ano, feita em outubro de 2014, revelava que o diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi abordado pelo marido de Gleisi, o então ministro Paulo Bernardo, que solicitou R$ 1 milhão para a campanha da mulher ao Senado.

O dinheiro foi providenciado e entregue a Gleisi por Alberto Youssef, operador financeiro do Petrolão, em um shopping no centro de Curitiba. A delação de Chambinho coloca Paulo Bernardo e Gleisi novamente no olho do furacão da Lava-Jato, já que a Pixuleco II focou na liberação de operações com empréstimo consignado pelo Ministério do Planejamento (comandado por Bernardo) para o grupo Consist, negociata que resultou em propina superior a R$ 50 milhões. Boa parte desse dinheiro acabou nas contas do advogado petista Guilherme Gonçalves, que trabalha para Gleisi e Paulo Bernardo.

A suspeita sobre Gleisi surgiu a partir da análise de documentos apreendidos no escritório de advocacia de Gonçalves, estabelecido em Curitiba, base da senadora, no último dia 13 de agosto.

“Na busca e apreensão realizada no escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, foram colhidos documentos que indicam que os valores recebidos da Consist teriam sido em parte utilizados para efetuar pagamentos em favor da Senadora Gleisi Hoffmann”, apontou o juiz Sérgio Moro no despacho ao Supremo.

“Assim, por exemplo, planilha de fevereiro de 2015 apreendida no escritório de Guilherme Gonçalves revela que, do assim denominado “Fundo Consist”, com crédito de R$ 50.078,00, foram efetuados diversos lançamentos de débitos em favor da senadora e de pessoas a ela ligadas”, destaca o juiz.

Contrariando a prática universal, o advogado Guilherme Gonçalves, que seria um prestador de serviços para o outrora “casal 20” da Esplanada dos Ministérios, pagava despesas para Gleisi e Bernardo, em lugar de receber honorários. Entre as despesas, o salário do motorista particular da senadora. Gleisi e Paulo Bernardo têm dado pedaladas retóricas para tentar explicar por qual motivo, em vez de pagar, recebiam gordos “pixulecos” de seu advogado.

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