Argentina terá segundo turno pela primeira vez; Scioli e Macri continuam na disputa

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Poucas horas após o fechamento das urnas, ficou claro que, pela primeira vez na história da Argentina, as eleições presidenciais serão decididas em segundo turno.

Com quase a totalidade da apuração concluída, nenhum dos candidatos conseguiu atingir a porcentagem necessária para conquistar a vitória no pleito do domingo (25). Para isso, seria necessário obter 45% dos votos ou 40%, com dez pontos de vantagem sobre o segundo mais votado.

Com quase 97% das urnas apuradas, o candidato do governo, Daniel Scioli, e o líder da aliança oposicionista, Mauricio Macri, estavam praticamente empatados, ambos com cerca de 35% dos votos.

O resultado é um golpe duro para o governo, que contava com a vitória já no primeiro turno, com base nas pesquisas de opinião que asseguravam a vantagem do candidato da presidente Cristina Fernández de Kirchner.

As campanhas de Scioli e Macri apresentam propostas bastante diferentes para tentar reabilitar a economia do país.

O oposicionista e ex-prefeito de Buenos Aires é apoiado pelas classes média e alta dos centros urbanos. Ele é considerado o candidato do empresariado, por defender uma rápida redução dos controles sobre o comércio e o câmbio. “O que ocorreu hoje irá mudar a política do país”, declarou Macri, comemorando o resultado do primeiro turno.

O ex-presidente do clube de futebol Boca Juniors enfatizou que “os desafios que nos esperam não são fáceis ou simples, mas tenho muita fé”, e já pediu o apoio dos demais partidos para a disputa no segundo turno.

Scioli carrega a bandeira da continuação das políticas kirchneristas. “Para nós, os humildes, os trabalhadores e a classe média são a prioridade”, afirmou. Ele prometeu manter os subsídios contra pobreza e um alto nível de emprego, mas também defendeu mudanças graduais no modelo econômico de forte intervenção estatal, que vem se deteriorando.

O terceiro colocado, o peronista dissidente Sergio Massa, angariou mais de 21% dos votos e poderá se converter em um fator importante para a decisão do segundo turno, marcado para o dia 22 de novembro.

A derrota da coalizão governista ocorreu de modo generalizado, em todo o país. Na província de Buenos Aires, a candidata da coalizão oposicionista de Macri, María Eugenia Vidal, se impôs com 39, 49% frente ao governista Aníbal Fernandez (35,18%). (Com agências internacionais)

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