Justiça espanhola decide incluir a mãe de Neymar em processo que investiga fraude fiscal

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De acordo com informações de uma fonte do Judiciário da Espanha, reveladas nesta terça-feira (27), a Justiça do país europeu decidiu incluir a mão do atacante Neymar, do FC Barcelona, no processo movido por fraude e corrupção decorrentes da transferência do jogador brasileiro ao time catalão, em 2013.

Em vários arquivos relacionados ao caso, a Audiência Nacional de Madrid, especializada em grandes casos financeiros e de terrorismo, investiga desde junho uma queixa contra o jogador, seu pai, o clube merengue, seus dirigentes e o Santos Futebol Clube.

A queixa foi apresentada pelo fundo brasileiro de investimento DIS, que detinha 40% dos direitos esportivos de Neymar e afirma ter sido enganado durante a venda do atleta.

Segundo o site esportivo Marca, citando a ordem do juiz, a inclusão de Nadine Gonçalves da Silva Santos no processo está relacionada ao fato de que esta última detém 50% da empresa N&N Consultoria Esportiva e Empresarial, também alvo de queixa do DIS.

A transferência de Neymar ao FC Barcelona vem tirando o sossego do clube nos últimos dois anos. A operação foi originalmente avaliada em 57,1 milhões de euros pelo Barça, mas a Justiça espanhola estimou o montante total pago pelo clube em pelo menos 83,3 milhões de euros.

O DIS, que recebeu 6,8 milhões dos 17,1 milhões de euros pagos ao Santos FC, declara ter sido enganado de duas maneiras: primeiramente por um acordo entre Neymar e o Barcelona no valor de 40 milhões de euros, o que impediu outros clubes de fazerem ofertas, contornando a livre concorrência, o que poderia constituir “crime de corrupção entre os indivíduos”. O outro ilícito possível refere-se aos acordos entre o Barça e o Santos, que poderia revelar uma “fraude por simulação contratual”.

Enquanto isso, o Barcelona se defende dizendo que os contratos existiram de fato e que a noção de “corrupção privada” não pode ser aplicada à transferência de Neymar, uma vez que diz respeito a objetos e não pessoas.

Esta nova ação judicial se junta ao processo já instaurado na Espanha e no Brasil por suposta evasão fiscal.

Suspeito de ter ocultado do Tesouro público o montante real da transferência, o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, seu antecessor, Sandro Rosell, e o clube catalão foram indiciados e encaminhados a um tribunal espanhol por infrações tributárias.

Em processo paralelo, a Justiça brasileira ordenou em setembro que congelasse os bens de Neymar, acusado de evasão fiscal, por um valor de R$ 188,8 milhões.

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