Governo aposta na possibilidade de prisão da mulher e da filha de Eduardo Cunha para salvar Dilma

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Quando decidiu agir contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, como forma de tentar conter eventual abertura de processo de impeachment de Dilma Rousseff, o governo cometeu um erro estratégico, que levou os palacianos a recuarem. Isso porque, como fera ferida, Cunha ameaçava – e ainda ameaça – dar o troco, pois o peemedebista continua acreditando que seu calvário na estrada da Operação Lava-Jato é obra do governo.

Que Eduardo Cunha está equivocado em relação aos problemas que enfrenta todos sabem, mas não se pode ignorar o fato de que nos bastidores o governo atua covarde e criminosamente, como se a República pudesse ser palco desses rapapés de quinta que frequentam os subterrâneos do poder.

Ao perceber que a incursão contra Eduardo Cunha poderia transformar-se em doloroso tiro no pé, o governo decidiu recuar, mas não conseguiu dissuadir alguns petistas, que tomaram a queda do presidente da Câmara como uma questão de honra. O assunto recrudesceu de tal modo, que o parte da bancada do PT na Câmara decidiu não desistir da empreitada.

Entre o aparente recuo do governo e a real desistência de colocar Eduardo Cunha na “fritura” há uma grande diferença. Ciente de que é preciso retomar o controle do Parlamento, perdido nos últimos anos por conta da postura truculenta da presidente da República e da inépcia de ministros responsáveis pela articulação política, o governo trabalha nas coxias do poder com outros caminhos para se livrar de Cunha. O que significa que o embate será duro de parte a parte, provocando situação ainda pior para o País.

Uma das alternativas que começa a ganhar corpo no Palácio do Planalto é a possibilidade de a mulher e a filha de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz e Danielle Cunha, respectivamente, terem o pedido de prisão decretado pela Justiça. Cláudia e Danielle, que não gozam de foro especial por prerrogativa de função, são acusadas de possuírem contas bancárias secretas na Suíça, por onde teria passado boa parte do dinheiro recebido pelo parlamentar no Petrolão, o maior caso de corrupção da História.

Essa estratégia, que vem sendo alimentada com carinho pelos palacianos, é considerada a chave para que Cunha deixe a presidência da Câmara, o que tiraria de suas mãos a decisão sobre o processo de impeachment de Dilma.

Segundo apurou o UCHO.INFO, Eduardo Cunha já teria sido aconselhado por pessoas próximas, inclusive por um conhecido político do Rio de Janeiro, a renunciar à presidência da Câmara, sob o argumento de que mulher e filha não suportariam o efeito devastador do cárcere, mesmo que as eventuais prisões fossem temporárias. É ver para crer, pois o tempo continua sendo o senhor da razão.