Petrolão: em novo depoimento, doleiro Youssef confirma pagamento de R$ 1 milhão a Gleisi Hoffmann

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O que faltava para completar o calvário da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) era uma confirmação, mas agora não falta mais. O doleiro Alberto Youssef, principal operador financeiro do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da História, e mestre em distribuição de “pixulecos” para os bandidos que saquearam os cofres da estatal petrolifera, confirmou em depoimento na CPI dos Fundos de Pensão, na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (27), que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) embolsou R$ 1 milhão, dinheiro que foi parar no caixa 2 de sua campanha ao Senado.

O “pixuleco”, segundo o doleiro, foi pago em 2010, depois de pedido do marido de Gleisi, Paulo Bernardo da Silva (então ministro do Planejamento de Lula e responsável pela liberação das grandes obras que faziam a alegria das empreiteiras), ao diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

Costa, por sua vez, autorizou o pagamento e determinou a Youssef que liberasse o dinheiro para a petista. A propina foi paga a Gleisi em três parcelas, em espécie, por emissários de Youssef em conhecido shopping popular no centro de Curitiba .

A denúncia não é nova, mas estraçalha os argumentos dos advogados da senadora de que a denúncia sobre o milhão embolsado por Gleisi em 2010 não estaria bem explicada e seria alvo de algum tipo de contradição entre os delatores.

Os fatos são cristalinos. Indagado na CPI pelo deputado Fernando Francischini (SD), sobre o dinheiro do Petrolão embolsado por Gleisi, Youssef não deixa dúvidas:

– Da senadora Gleisi foi doação oficial ou foi em dinheiro?, indaga Francischini.

Youssef é claro:

– Não, não. Foi em dinheiro de caixa dois…

Francischini insiste:

– Quanto?

– Um milhão, na época…

É importante destacar que Alberto Youssef fez delação premiada, ou seja, recebeu o benefício de considerável redução de pena por conta de sua colaboração no esclarecimento de uma série de crimes, desvios e roubalheiras de diversas naturezas contra o erário, transgressões cometidas pelo PT e seus associados. As declarações de Youssef a respeito dos crimes investigados pela Opera Lava-Jato precisam ser, necessariamente, verdadeiras, sob pena de anular os benefícios negociados com a Justiça.

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