Crise econômica: inadimplência no “rotativo” do cartão de crédito alcançou 38,9% em setembro

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A crise econômica que derrete o País e tira o sono dos brasileiros continua fazendo estragos. E a vítima maior da incompetência, como sempre, é aquele que acreditou em um governo perdulário e corrupto, que empurrou o cidadão na vala do consumismo. Com a disparada do desemprego e a persistência da temerosa inflação, além das elevadas taxas de juro, quitar contas e compromissos financeiros está cada vez mais difícil.

A inadimplência no “rotativo” do cartão de crédito é a mais alta entre as modalidades de empréstimos para pessoas físicas. De acordo com dados do Banco Central (BC), o índice de inadimplência, considerados atrasos acima de 90 dias, chegou a 38,9%, em setembro, a mais alta taxa desde janeiro de 2012 (38,3%) e a maior para o mês já registrada na série histórica, iniciada em março de 2011.

A inadimplência do cartão de crédito supera a do cheque especial (15,3%), a do crédito renegociado (16,4%) e a taxa total para pessoas físicas (5,7%).

Os bancos cobram taxas de juro mais cara pelo uso do rotativo do cartão de crédito. Em setembro, a taxa média de juro chegou a 414,3% ao ano, muito superior à média dos empréstimos para pessoas físicas (62,3% ao ano). Em alguns casos, a taxa de juro no rotativo do cartão chega a absurdos 800% ao ano. Por isso recomenda-se ao consumidor a evitar esse tipo de crédito, pois um simples atraso no pagamento da fatura representa ingresso em ciranda financeira da qual não se consegue escapar.

O rotativo do cartão de crédito é a operação em que o cliente financia o saldo devedor remanescente após pagar somente parte da fatura. Também são consideradas como rotativo as operações de saque na função crédito. O pagamento mínimo estabelecido pelo BC é de 15% do total da fatura, o que aumenta ainda mais o risco de o cliente cair na armadilha do rotativo. Ao deixar de pagar o valor total, o cliente automaticamente contrata uma operação de crédito, com incidência de absurdas taxas de juro sobre o saldo não quitado.

Com a Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo BC na internet, é possível verificar quanto custa e quanto tempo leva para quitar a dívida. A ferramenta também compara os custos de outras modalidades de empréstimos.

Por exemplo, ao fazer o pagamento de R$ 150 mensais de uma dívida de R$ 1 mil, com taxa de 414,3% ao ano, o consumidor levará 13,9 parcelas para quitar a fatura. O custo total ficará em R$ 2.089,21, sendo R$ 1.089,21 de juros.

Já o empréstimo consignado de R$ 1 mil, com pagamento de R$ 150 por mês, a dívida chega a R$ 1.062,79, sendo R$ 62,79 de juros. Para quitar a dívida, serão 7,1 parcelas e taxa de juros de 27,56% ao ano. No caso do crédito pessoal, a dívida chegaria a R$ 1.255,49, com taxa de 118,26% ao ano, em 8,4 parcelas. (Com ABr)

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