CPI do CARF: petistas e aliados rejeitam convocação e quebra de sigilos do filho do lobista Lula

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Nesta quinta-feira (5), a CPI do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), que funciona no Senado Federal, rejeitou por unanimidade a convocação de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, devido à investigação da Polícia Federal, no âmbito da Operação Zelotes, sobre o caçula do agora lobista de empreiteira. Também foram rejeitadas as convocações dos ex-ministros Gilberto Carvalho e Erenice Guerra, decisão esperada e que causa certo alívio no calvário vivido pelo alarife que um dia ocupou a Presidência da República.

As empresas de Luís Cláudio, que já prestou depoimento às autoridades, foram alvo de busca e apreensão por parte da Polícia Federal. A PF suspeita que pagamentos da empresa Marcondes e Mautoni a Luis Cláudio tenham sido por conta de lobby junto ao governo Lula, que viabilizou a compra, por R$ 36 milhões, de uma medida provisória que beneficiou o setor automotivo. A MP prorrogou a isenção de IPI incidente sobre automóveis.

Os requerimentos de convocação foram de autoria do senador Ataídes Oliveira (PSDB-GO), que também é o presidente da CPI, e por isso pautou os requerimentos. A CPI, porém, tem maioria governista, cenário que garantiu a não aprovação dos requerimentos de convocação. Para um partido que chegou ao poder central a bordo do discurso da ética e moralidade, o PT mostra a que veio.

Lula, que é alvo de suspeitas na Operação Lava-Jato, devido ao pagamento de empresas investigadas para palestras do ex-metalúrgico, estava pressionado pelos requerimentos. O petista é investigado em várias frentes, o que derrete seu projeto político e reforça o desmoronamento da legenda.

Houve muitas críticas da base aliada à tentativa de convocar os suspeitos, sendo que a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), semrpe genuflexa diante do Palácio do Planalto. Lembrou que a convocação de Erenice já havia sido rejeitada outras duas vezes pela CPI. O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a intimação do filho de Lula pela PF às 23h, como se o ex-presidente e seus familiares fossem intocáveis.

Também foram rejeitadas a quebra de sigilos bancário e fiscal das empresas de Luís Cláudio e de Erenice Guerra, assim como a transferência dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do filho de Lula. Com isso, ambos (Luís Cláudio e Erenice) continuam a fazer figa para que a Operação Zelotes não avance tão rapidamente, o que com certeza elucidará um escândalo muito maior do que o Petrolão.

“Mas só tem governista NE”, ressaltou Ataídes, após a votação. Otto Alencar disse que “cada senador vota com sua consciência” e pediu que ele tivesse condução “imparcial” na comissão.

A CPI do CARF foi criada no Senado em maio para acompanhar as investigações da Operação Zelotes, que investigava a venda de sentenças nesse conselho, mas cujo foco acabou sendo ampliado.

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